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Este estudo relata uma experiência, facilitada pela condição de estagiária em serviço social no Centro de Semiliberdade Mártir Francisca (CSMF), localizado na cidade de Fortaleza/CE. A referida instituição possui o intuito de acolher adolescentes do sexo masculino, com idade entre 12 e 21 anos, encaminhados por ordem judicial para cumprimento da medida socioeducativa de Semiliberdade. O CSMF possui capacidade para assistir 40 indivíduos. Os adolescentes autores de ato infracional cumprem a medida no tempo mínimo de 6 meses e no máximo 3 anos, grande parte dos socioeducandos recebe liberação da medida com 6 meses. Há também os casos de descumprimentos de medida, ocasionando rotatividade e reincidência de indivíduos recebidos pela instituição, dificultando o acompanhamento da equipe multiprofissional. Este trabalho possui por objetivo instigar o debate sobre a promoção de saúde dos adolescentes assistidos no CSMF, amparado por um breve levantamento de adolescentes com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Discutir a importância quanto ao desenvolvimento de estudos sobre esta temática, possibilitando assim a adoção de estratégias para trabalhar com esta expressão da realidade. Em 26 de junho de 2015 havia 37 adolescentes, com idade entre 14 e 19 anos, que estavam sob a tutela do CSMF. Tem-se conhecimento, ainda que prévio, de três adolescentes, na referida instituição, que possuem Doenças Sexualmente Transmissíveis, existem ainda suposições, na condição da espera de resultados médicos, de quatro indivíduos. Estas informações concentram relevância na possibilidade de disseminação destas doenças através dos adolescentes, que inúmeras vezes, sofrem com a ausência de informações a cerca da temática, seus modos de prevenção e tratamento, que diversas vezes são interrompidos. Quando se suspeita de alguma DST, os adolescentes são encaminhados para o Hospital Gonzaga Mota, localizado em Fortaleza/CE, para realização de diagnóstico e/ou tratamento com um médico especialista em urologia, acompanhados de uma profissional técnica em enfermagem, funcionária do CSMF. O funcionamento do CSMF deve procurar seguir as instruções do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, assim como a política do Estatuto da Criança e do Adolescente, que assegura atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por mediação do Sistema Único de Saúde. Percebe-se que muitos destes adolescentes iniciam a prática sexual de maneira precoce, possuindo mais de uma companhia, não recebendo orientação eficaz a respeito da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e grande parte destes adolescentes desprezam o uso de preservativos, não reconhecendo a sua importância. Considera-se recomendável que ocorra uma política de conscientização que possua como público alvo estes indivíduos, promovendo a educação sexual. Acrescenta-se a este quadro, a realidade destas pessoas a vulnerabilidade social, o vínculo fragilizado quanto ao alcance das políticas públicas de prevenção e promoção da saúde.