Tamanho da fonte: 

APRESENTAÇÃO: O uso do álcool e drogas é um dos grandes problemas enfrentados pela saúde pública. A dificuldade de abordagem desses pacientes é um grande entrave para o sucesso de conduta e tratamento. Usuários são vistos pela população e por profissionais de saúde como necessitando de cuidados jurídico-sociais e não como dependentes de uma abordagem da equipe de saúde. Assim objetivou-se através desse levantamento traçar o perfil de percepção dos ACS em relação ao uso de álcool e drogas na comunidade. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O diagnóstico situacional foi realizado através de entrevista semiestruturada com 12 ACS da UBSF Los Angeles/Campo Grande - MS conjuntamente a aplicação da metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo com o grupo focal para avaliação dos resultados. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Foi presente na fala dos ACS a questão do medo de trabalhar com o paciente usuário de drogas. Todos relataram em suas falas a dificuldade de abordar esse paciente entende-o como traficante/bandido, não sendo, portanto, o problema do álcool e drogas uma demanda de saúde. Os ACS  temem retaliações por parte dos usuários, uma vez que os próprios são da comunidade, moram no bairro. É o que fica evidente nas falas dos agentes: 1)“Nossa região tem crianças que usam drogas, mas olham para gente como se fossemos x9; você fica marcado, se acontece algo eles acham que foi nós, é muito difícil dar a cara a tapa e depois fica exposto”  2)“Uma pediu para eu conversar com o filho dela, eu falei, mas ele não gostou muito, à noite deram tiros na frente da minha casa e eu entendi que não era para eu me meter”. 3) “Tenho medo de tocar nesse assunto principalmente com homens, pois você entra na casa sozinha e você não sabe do que ele é capaz, é arriscar a nossa vida”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Realmente existe um problema de percepção dos ACS em relação aos usuários de álcool e drogas, evidenciando a dificuldade de abordagem e tratamento desses pacientes pela rede de saúde. É necessário um trabalho de capacitação desses profissionais quanto a percepção e cuidado do paciente usuário, não só na UBSF em questão.