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Participação popular no enfrentamento à Violência Obstétrica - pesquisa de satisfação realizada, por meio de Ouvidoria Geral do SUS, junto a mulheres que realizaram parto no SUS em 2013
Última alteração: 2015-11-04
Resumo
A pesquisa de Satisfação das Mulheres que tiveram partos pelo SUS buscou avaliar o programa Rede Cegonha nos estados brasileiros, com foco na atenção pré-natal, parto, puerpério e atenção integral à saúde da criança. A pesquisa foi realizada por meio de inquérito telefônico, operacionalizado pelos tele atendentes do Disque Saúde 136 do Departamento de Ouvidoria Geral do SUS e o período de coleta foi entre julho e setembro de 2015. O banco de contatos foi construído a partir dos dados das Autorizações de Internação Hospitalar – AIH de partos realizados pelo SUS, obtidos do Sistema de Informação Hospitalar do SUS referentes às competências de 2013. A partir desde banco fez-se uma amostragem considerando os estabelecimentos que realizam no mínimo 100 partos/ano e o tipo de parto realizado. O instrumento de coleta de informação utilizado na pesquisa buscou levantar informações com relação ao atendimento geral nos serviços de saúde, bem como estimar os índices de satisfação geral, de pré-natal, de boas práticas e de violência obstétrica. A partir das entrevistas realizadas, um dos objetivos atingidos foi mapear as situações de violências vivenciadas durante o atendimento do parto e assim avaliar o impacto da implementação da Rede Cegonha em municípios brasileiros, neste aspecto. Deste modo, no estudo foram considerados casos de violência obstétrica circunstâncias onde a mulher sofre agressão verbal, física ou não teve suas necessidades emocionais respeitadas no momento do parto. Assim, quando o profissional grita/fala mal; manda a mulher parar de gritar ou critica de alguma maneira suas emoções; amarra, belisca, empurra à parturiente e, ainda, efetua toques vaginais sucessivos ou com brutalidade, são exemplos de violência que poderão ser apontados nesta pesquisa. Por fim, foram analisadas também as questões raciais que envolvem essa temática, será que as mulheres negras/pardas sofrem mais violência no parto que as brancas? Essa é uma das perguntas respondidas pelo estudo. De posse dessas informações a Coordenação Geral da Saúde da Mulher (CGSM), do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), irá traçar ações de intervenção nos estabelecimentos onde ocorreram mais casos de violência e assim modificar uma linha de comportamento dentro desses serviços.
Palavras-chave
Parto; Pesquisa de Satisfação; Rede Cegonha; Participação Popular; Violência
Referências
VALLA, Victor Vicente. Sobre participação popular: uma questão de perspectiva. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CARVALHO, S. R. Saúde Coletiva e promoção da saúde: sujeito e mudanças. São Paulo: Hucitec, 2005