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Apresentação: As CIES são instâncias de caráter intersetorial e interinstitucional com a função de formular, conduzir e desenvolver a Política Nacional de Educação Permanente a partir das necessidades levantadas nos diferentes municípios. As Instituições de Ensino têm representação nas CIES e contribuem na articulação local e regional com os serviços de saúde e seus trabalhadores no sentido da formação e da EPS. O objetivo do presente estudo foi identificar fatores que influenciam a qualidade da participação das IES nas CIES regionais do estado do Rio de Janeiro. Desenvolvimento do Trabalho: Pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, cuja coleta de dados foi feita a partir de um roteiro de entrevista semiestruturado. Os sujeitos da pesquisa foram representantes de IES que atuam na CIES regionais, constituindo uma amostra intencional por convite. As entrevistas foram realizadas nos meses de julho e agosto de 2015. Resultados: Os entrevistados identificaram fatores facilitadores e barreiras à participação das IES nas CIES. Dentre os fatores que facilitam a participação foram citados: a garantia de convite para reuniões periódicas e o incentivo à participação pelas CIES; a qualidade das relações pessoais; o fato de que a participação resgata o compromisso das IES com a qualidade da formação em saúde.  Os representantes identificaram como barreiras à qualidade de sua participação, a instabilidade política favorecida por trocas na gestão e composição da CIES;  e problemas como precarização do trabalho, dificuldades na garantia de transportes e rotatividade de profissionais. Estas barreiras levam a descontinuidade dos processos e   dificuldade de compreensão do conceito de EPS pelos gestores e representantes. A predominância de atividades e educação continuada e a imposição de ações pelo Estado, desconsiderando a discussão no âmbito regional, foram relatados como fatores importantes para um esvaziamento da participação das IES na CIES. Excesso de burocracia, lentidão na liberação e na execução de recursos financeiros que seriam destinados aos projetos, devido a um processo licitatório engessado que retém o recurso no município polo, promovem desmotivação de representantes das IES e reduzem ações propositivas de EPS. Da mesma forma, entre representantes de IES públicas, foram identificadas barreiras específicas: excesso de burocracia, lentidão na operacionalização das ações de EPS e incompreensão do papel da universidade na CIES. Considerações finais: Embora percebam alguns entraves nessa relação, as IES identificam a CIES como espaço importante de integração e inserção no SUS, seja como parceira no planejamento e execução de ações educacionais para trabalhadores da saúde, seja como demandante de cenários de aprendizagem para alunos de cursos de graduação. Conclui-se que os entrevistados compreendem como fundamental a participação das IES na CIES e nas mudanças de EPS nos serviços, reconhecendo na Comissão mais um espaço de aproximação com o SUS e a perspectiva de resgate de seu papel educador.

educação permanente;integração ensino serviço; ensino superior