Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Um dia humanizado para crianças e pré-adolescentes soropositivos
Maria Betina Leite de Lima, Nayara Cristaldo Maciel, Sabrina Oliveira Cangussu, Kathiussy Goulart da Silva Sarmento

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Introdução: É inaceitável que em pleno século XXI alguns indivíduos ainda possuam a capacidade de discriminar alguém pela cor, condição social, opção sexual, entre outras. A oportunidade de conviver e conhecer a realidade de um grupo de crianças e pré-adolescentes que são soropositivo devido à transmissão vertical, ou porque as medidas necessárias de prevenção durante a gestação não foram realizadas, tornou-se uma experiência enriquecedora à formação acadêmica. Descrição da Experiência: Acadêmicos do curso de Enfermagem norteados pela disciplina Humanização na Assistência de Enfermagem que propôs na sua ementa a elaboração de um projeto, por isso desenvolveram um trabalho social com um público composto por crianças e pré-adolescentes soropositivo que frequentam a instituição denominada Afrangel. Essa entidade é apoiada, mantida por freiras e recebe doações que contribuem para auxiliar custear as finanças da instituição. Na instituição é disponibilizado suporte psicólogo, se necessário encaminhamento médico, aporte nutricional, administração de medicamentos e a realização de atividades recreativas. As crianças que frequentavam o ensino regular só compareciam na instituição no período contrário às aulas, os que ainda não estudavam, permaneciam período integral. Ao chegar à entidade foi informado sobre como é realizado o seu funcionamento, quais são as políticas, regras da casa. Nesse momento ficou determinado que os acadêmicos fossem responsáveis pela execução das atividades recreativas do dia. Para realizar o trabalho e aproveitar o momento, conhecer a realidade das crianças e pré-adolescentes, de modo a promover uma atividade humanizada e holística, utilizou se tintas, bombons, máscaras, papel craft e bola. As atividades foram realizadas no pátio da entidade, a princípio houve dificuldade de aceitação da realização das atividades e da presença dos acadêmicos, pois as crianças e os pré-adolescentes pareciam ter receio, percebido por suas expressões faciais, porém com brincadeiras essas barreiras foram quebradas. O material foi utilizado com intuito de proporcionar um momento para eles se expressarem e desse modo obter a oportunidade de conhecer o seu interior, na ocasião um garoto desenhou uma arma de fogo com a cor preta, quando questionamos sobre o motivo relatou: “Eu queria uma arma para matar meu padrasto”. Cantigas de rodas e teatros foram desenvolvidos e a aproximação completou-se, pois com máscaras e fantasias as crianças pareciam mais a vontade, representando quem almejavam ser. Impacto: Ter o contato com essas crianças e pré-adolescentes, perceber a dificuldade que elas enfrentam para serem inseridos na sociedade, é impactante, pois é difícil aceitar que ainda existem paradigmas sobre conviver com crianças soropositivas. Acreditar que esse grupo necessita ficar em uma entidade separada para adaptar-se e lidar com uma sociedade lá fora, com certeza é frustrante. Porém foi muito satisfatório ter a oportunidade de contato com essas crianças. Considerações Finais: A experiência enriqueceu grandemente a jornada acadêmica, pois os acadêmicos melhoram como indivíduos, tornaram-se mais questionadores sobre a sociedade atual e seus paradigmas.  Portanto notou-se que prestar uma assistência humanizada, faz toda a diferença para quem realiza e desfruta desse cuidado. 

Palavras-chave


(assistência humanizada; soropositivo; crianças; pre-adolescentes; sociedade; realidade).