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Apresentação: A tuberculose (TB) é uma doença causada pelo bacilo de crescimento lento (Mycobacterium tuberculosis), aeróbio estrito, álcool-ácido resistente (BAAR), de transmissibilidade aerógena. Sem tratamento ou com tratamento ineficaz, um caso de TB pode continuar infeccioso mantendo a cadeia de transmissão da doença na comunidade pela infectividade do bacilo. Dados de 2011 mostram o Brasil como sendo um país com uma carga elevada da doença, ocupando o 111º lugar em incidência no mundo. Porto Alegre, desde 2009, é a primeira capital brasileira em incidência de TB, a qual, em 2011, foi de 112/100.000 habitantes. A Unidade de Saúde (US) Santíssima Trindade, foco do estudo, localizada no bairro Rubem Berta tem um coeficiente de incidência de ~140/100.000 habitantes. No ano de 2002 o Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) iniciou o processo de descentralização do atendimento de portadores da doença para quatro Unidades de Saúde (US). Em 2007, com a implantação da Ação Programática para o Controle da TB, as doze unidades de saúde já desenvolviam ações preconizadas pelo Programa de Controle da Tuberculose. Este trabalho objetiva verificar a incidência de casos de tuberculose acompanhados na US Santíssima Trindade, por meio da vigilância da ação programática na unidade, bem como seus desfechos no período de 2010 a 2014. Desenvolvimento do estudo: Trata-se de um estudo de base documental no Sistema de Informação em Saúde do Serviço de Saúde Comunitária do GHC. Foram coletados dados primários no SIS, compreendendo o número de casos totais de tuberculose na US Santíssima Trindade, bairro Rubem Berta, Porto Alegre, no período de 2010 a 2014. Resultados: De acordo com os dados coletados, no recorte temporal foram diagnosticados 58 casos de tuberculose. Sendo que em 2010 foram 14, destes 5 tiveram como desfecho o abandono do tratamento, 6 completaram-no e  3 usuários foram a óbito devido a doença. Em 2011 foram registrados 11 casos, destes, 5 foram abandono de tratamento, 3 usuários obtiveram cura, 1 óbito por outras causas, e, 2 usuários completaram o tratamento. Em 2012, foram registrados 17 casos, sendo que 3 completaram o tratamento, 8 usuários obtiveram cura, 3 abandonaram-no, 2 óbitos em decorrência da tuberculose e 1 transferência de caso para outra US. No ano de 2013, começou a ser realizada na US encontros semanais dos representantes da Ação Programática para o Controle da Tuberculose para realizar vigilância do programa, busca ativa dos faltosos e sintomáticos respiratórios, ainda, neste ano foram diagnosticados 7 casos, sendo que 3 obtiveram cura, 2 abandonaram o tratamento, 1 usuário teve mudança no diagnóstico, e 1 saiu do território, sendo transferido seu caso. Em 2014 foram diagnosticados 9 casos novos, sendo que 5 tiveram cura, 2 completaram tratamento, 1 abandonou-o, e 1 transferência. Considerações finais: Tendo em vista que a maior fonte de infecção são as pessoas doentes, o melhor recurso de prevenção disponível no sistema de saúde continua sendo a detecção precoce e o tratamento correto dos casos, justificando, assim, a descentralização das ações de controle da tuberculose na atenção primária em saúde.