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O USO DO RACIOCÍNIO CLÍNICO COMO METODOLOGIA PARA O ENSINO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Última alteração: 2016-02-12
Resumo
A formação atual de profissionais em nível técnico para a área da Enfermagem, assim como outras áreas específicas da formação profissional, requer mudanças no agir pedagógico, que deve dar ênfase ao ensino cujo foco é o aluno em detrimento ao modelo comportamentalista, centrado no professor e nos conteúdos. É importante que o raciocínio clínico seja estimulado por meio das mais diversas metodologias de ensino, pois esse processo de reflexão resulta em novas formas alternativas de pensar e agir em saúde, diante de diferenciados contextos. O presente estudo tem por objetivo relatar a experiência docente do uso do raciocínio clínico durante o ensino no curso técnico em enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido a partir de vivência docente durante a disciplina de Semiotécnica do curso técnico em enfermagem de uma instituição privada, no mês de junho de 2014. As aulas teóricas, simulações e a resolução dos casos clínicos foram realizadas no laboratório da escola técnica, localizada na cidade de Parelhas/RN e os estágios aconteceram em um hospital público da mesma cidade. Faziam parte da turma 20 mulheres, com idade entre 18 e 38 anos. O conteúdo programático foi construído de forma a contemplar as temáticas referentes à Semiotécnica, como: lavagem de mãos; técnica de calçamento de luvas estéreis; uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI); preparo da cama hospitalar; mudanças de decúbito; admissão, alta e transferência do pacientes; administração de medicamentos; verificação de sinais vitais; banho no leito; feridas e curativos, dentre outros. Após a exposição dos conteúdos teóricos, as alunas frequentavam o laboratório para colocar em prática todo o conhecimento discutido em sala de aula, a partir de simulações e de casos clínicos que representavam a realidade dos serviços de saúde. Para a resolução dos casos era cobrado que fossem contextualizados conteúdos de anatomia, fisiologia, patologia, farmacologia, semiotécnica e outros. Desse modo, era exercitado o pensamento clínico, no qual o aluno não realizava apenas a técnica, mas sim uma práxis pensada, com o objetivo de atender as necessidades de saúde do paciente e de que o mesmo compreendesse e valorizasse mais o seu papel enquanto profissional da saúde. O aprimoramento constante do raciocínio clínico é um desafio para todos os profissionais da área de saúde e exige a utilização de múltiplas estratégias. Realizar o ensino-aprendizagem ancorado sobre o aprimoramento do raciocínio clínico não é um processo fácil, contudo, é necessário, uma vez que as ações dos profissionais interferem no complexo processo saúde/doença, e geram demandas de cuidados específicos aos indivíduos. Cabe ressaltar a importância de se observar os resultados advindos dessa formação, especialmente avaliar as transformações nos processos cognitivos e as propostas de mudanças nas práticas assistenciais.
Palavras-chave
enfermagem; ensino; educação técnica em enfermagem
Referências
Cerullo JASB, Cruz DALM. Raciocínio clínico e pensamento crítico. Rev Latino-Am Enfermagem. 2010;18(1).
Waldow VR. Reflexões sobre Educação em Enfermagem: ênfase em um ensino centrado no cuidado. O Mundo da Saúde São Paulo. 2009;33(2):182-88.