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Apresentação: A atual situação epidemiológica brasileira vivencia o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e das deficiências nutricionais, o que dá cada vez mais relevância às ações de alimentação e nutrição na Atenção Primária à Saúde (APS) (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTA, 2008). A inserção do nutricionista na APS aconteceu principalmente através dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) criados em 2008, equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada e cooperativa com os profissionais das equipes de Saúde da Família (BRASIL, 2010). Em Recife-PE o NASF foi implantado em 2010 e atualmente conta com 20 equipes que apoiam 251 das 268 equipes de Saúde Família, com a presença de nutricionista em todas as equipes desde seu início. Neste sentido, criou-se um espaço de organização dos profissionais nutricionistas dos NASFs da cidade do Recife-PE, com a perspectiva de potencializar as ações de Alimentação e Nutrição na APS via NASF. Desenvolvimento do trabalho: A proposta inicial foi organizar as demandas que chegavam sem discussão e cronograma de realização. Aos poucos o espaço desenvolveu-se para além da redução de demandas individuais e gerais da categoria, funciona para construir ações de acordo com o calendário da saúde e necessidade da população; fortalecer a ferramenta Educação Permanente para formação profissional; e compartilhar saberes e práticas. Atualmente as reuniões ocorrem mensalmente e são conduzidas por facilitadores do NASF, e outras áreas. As pautas e temáticas são propostas em reunião ou podem ser sugeridas pela gestão, que informa ao facilitador, com finalidade de articular e fortalecer a Educação permanente e em consequência as ações da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Resultados e/ou impactos: O contexto territorial de Recife tem como principais demandas: obesidade, adesão ao tratamento de DCNT, erros alimentares na infância, aleitamento materno. Tem-se como potencialidades, ações de faceta interdisciplinar à coletividade via grupos e intervenções educativas na comunidade, escolas e parcerias com outros programas de saúde. Entre os desafios enfrentados estão, essencialmente, a carência de recursos materiais e estruturais para desenvolvimento das ações e quantitativo reduzido de profissionais. Seja para a assistência individual, execução da Vigilância Alimentar e Nutricional ou prevenção e controle de distúrbios e deficiências nutricionais, a importância das ações de alimentação e nutrição na APS é legitimada e fortalecida pelo NASF a cada dia (JAIME et al., 2011). Pela potência técnico-pedagógica do matriciamento, a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, em todas as dimensões, é trabalhada de maneira cada vez mais interdisciplinar, favorecendo o olhar complexo das equipes de saúde (SEVERO; MENOTTI, 2010) para alimentação e a possibilidade de construção de intervenções mais eficazes. Considerações finais: O trabalho dos nutricionistas dos NASF de Recife-PE tem se construído na perspectiva de, sob o princípio do Direito Humano à Alimentação Adequada, garantir a efetivação da PNAN e efetivação das ações de alimentação e nutrição na APS. Espera-se ainda através da atuação multiprofissional auxiliar na adequada implementação dos NASF como ordenadores do cuidado de uma rede de atenção que contribua com a melhor qualidade de vida da população.

Saúde da Família; Nutrição em Saúde Pública; Nutricionistas