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Este trabalho tem como objetivo apresentar as políticas e experiências relacionadas à formação dos profissionais da Saúde do município de Quixadá, no período de 1993 a 1997. Trata-se de um recorte da tese intitulada: “A política de saúde mental de Quixadá, Ceará (1993-2012): uma perspectiva histórica de sistema local de saúde”, realizada na perspectiva da História Oral. Quixadá é um município do Sertão Central cearense, com aproximadamente oitenta mil habitantes, localizado a cento e cinquenta quilômetros da capital. Para este trabalho, utilizou-se dos seguintes documentos-fonte: entrevista com o ex-prefeito do período mencionado, ex-secretário de Saúde, trabalhadores e usuários do CAPS Geral, livro de atas do CAPS Geral e folders das Jornadas Quixadaenses de Saúde Mental e Cidadania, além dos currículos lattes de trabalhadores e gestores. Este período coincide com a tentativa de implantação do Sistema Único de Saúde – SUS - no município, a partir da adoção do modelo de gestão semiplena. Para compor o quadro técnico do município, foram convidados profissionais de Saúde de vários estados do Brasil, que tinham sido do movimento estudantil, com forte atuação no processo de reforma sanitária brasileira. A mudança da oferta de serviços em Saúde significava a necessidade de realização de pesquisa epidemiológica, o que não era comum no município. Era preciso formar os pesquisadores para atuar no SUS. O primeiro secretário de Saúde desta gestão, Odorico Monteiro, incentivou os profissionais a se capacitarem, articulando pesquisa e intervenção. O município criou seu próprio programa de residência de Medicina Geral e Comunitária, através da Secretaria Municipal de Saúde. O Centro de Atenção Psicossocial, terceiro do estado do Ceará, já havia sido criado e se tornou um dos campos de estágio. O programa de residência chegou a receber médicos exteriores à rede. O município ofereceu, nos anos de 1995 e 1996, a especialização em Educação Popular em Saúde. Para o nível médio, concomitante à criação do PSF foi oferecido o curso de Auxiliar de Enfermagem, promovido pela Escola de Saúde Pública, que teve como professores os próprios médicos da rede. A capacitação dos trabalhadores se deu de forma intensa nesse período, inclusive com cursos introdutórios. O município recebeu estudantes do Programa Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária - CRUTAC. Além dos programas de formação oferecidos pelo próprio município, os profissionais foram apoiados quando desejaram realizar pós-graduações em outros programas. Esta política favoreceu uma efetiva modificação na atuação em Saúde do município durante esta gestão. No entanto, a não continuidade das ações nas gestões municipais seguintes e a dispersão dos profissionais do quadro técnico fragilizaram os serviços de Saúde do município, posteriormente.

Educação em Saúde; Quixadá; Sistema Único de Saúde