Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA AO PROCESSO DE TRABALHO
Luriam Cruz Cruz da Silva
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
Apresentação: O presente trabalho objetiva apresentar a que se destina uma central de material de esterilização, bem como o processo de trabalho ao qual perpassa, as implicações nas atividades desempenhadas, e analisar a partir de um levantamento de dados em consideração a artigos publicados na plataforma de artigos Scielo as relações de trabalho que influenciam os relacionamentos das equipes no processo de trabalho. Inicialmente, devemos considerar o processo de esterilização a partir de seu percurso histórico, desta forma, nos é apresentado ao longo do caminho três (03) tipos de central de material de esterilização. A primeira, a qual foi utilizada até o final dos anos 40, se apresenta como descentralizada, onde cada unidade ou conjunto delas se responsabiliza pelo preparo e esterilização do material a que possuem; A segunda, que começou a ser utilizada no início dos anos 50, se caracteriza como semi-centralizada, onde a unidade prepara seus materiais e os encaminha para processo em outro local; E a terceira, que é a prática atual, na qual os materiais são todos limpos, preparados e esterilizados, armazenados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na própria central de material, onde há a supervisão de um enfermeiro e passa, por conseguinte, a integrar a unidade hospitalar como uma unidade de apoio técnico – consideração da Resolução RDC nº. 307, de 14 de novembro de 2002 – às unidades de assistência. Sua importância ocorre a partir da necessidade de haver controle, registro, processo de limpeza, preparo e esterilização rigorosa e disponibilização de material as necessidades das unidades de saúde, bem como controle rigoroso dos parâmetros de avaliação de qualidade do processo e redução de possíveis contaminações e infecções hospitalares. O espaço físico da central de material se caracteriza por quatro áreas: 1ª purificação/expurgo – onde o material sofre a descontaminação e/ou limpeza; 2ª preparo – onde os materiais são preparados e embalados conforme sua característica (seja por pacote de papel ou invólucros em não tecidos); 3ª área de esterilização – onde são montadas as cargas e realizados os processos de esterilização; e, 4º estoque ou arsenal – onde os materiais ficam acondicionados, armazenados por classificações específicos de cada unidade hospitalar. Objetivo: analisar por meio de revisão de literatura, os enfoques acordados pelos autores em consideração ao trabalho em equipe em uma central de material de esterilização. Metodologia: Esse trabalho foi realizado por uma acadêmica do 9º (nono) período do Curso de Enfermagem da Unigranrio, supervisionado pela professora, a partir de busca de artigos na base da biblioteca eletrônica Scielo, utilizando-se de dois (02) grupos de descritores, sendo o primeiro: Central de material de esterilização (CME), Equipe e Enfermagem – dois (02) artigos; E o segundo: Central de material de esterilização (CME), Trabalho e Enfermagem – seis (06) artigos; Resultados e Discussões: A partir dos descritores: CME, Equipe e Enfermagem, foram encontrados dois (02) artigos, ao qual propõe a reflexão quanto à percepção de um grupo de enfermeiros quanto ao processo de trabalho desempenhado por eles em uma central de material de esterilização. O segundo grupo de descritores pesquisados foram: CME, Trabalho, Enfermagem, o qual resultou em seis (06) artigos que discutem sobre: uma pesquisa exploratória aos possíveis sujeitos a atuar na central de material de esterilização e como o processo ocorre para que esse interesse de fato exista - o artigo do primeiro grupo se repete; o segundo propiciou a reflexão quanto à inserção de trabalhadores sem a formação necessária para atuação nesta unidade, bem como os riscos que podem acometer o trabalhador, bem como o processo de trabalho; o terceiro busca demonstrar a importância do enfermeiro frente a sua atuação dentro da central de material de esterilização; o quarto avalia a produtividade e eficácia do processo de trabalho pela especificação de dois materiais mais utilizados na unidade de atuação; o quinto objetivo, cruzar informações de três unidades de apoio – CME, avaliando o gerenciamento de enfermagem quanto as atividades desenvolvidas e como a gestão reflete no processo de trabalho; o sexto propõe a reflexão quanto à percepção de um grupo de enfermeiros quanto ao processo de trabalho desempenhado por eles em uma central de material de esterilização – que se repete no primeiro grupo de descritores. Pode ser observado, frente aos artigos selecionados que, a importância da central de material de esterilização se caracteriza pela complexidade de suas atividades, do gerenciamento que recebe, das reduções de danos à saúde a qual propicia, bem como pelo processo de trabalho que realiza. Os artigos publicados nos mostram que a gestão em enfermagem ampara no processo de trabalho, auxiliando a fomentar as boas práticas de acordo com as normas vigentes e ainda na qualificação do profissional de acordo com a educação permanente frente ao trabalho. Considerações finais: Ao pensar na complexidade da unidade de apoio – Central de material de esterilização, podemos observar que o processo ocorre de acordo com a demanda da unidade hospitalar, e sua atuação implica indiretamente e diretamente da assistência, pois indiretamente lidam com os materiais com os quais os pacientes terão contato e diretamente pelo controle e rigor do processo para promoção de redução de infecções hospitalares. A gestão em saúde nos proporciona padronizar os processos de trabalho, avaliar as possibilidades de risco e traçar metas para reduzi-las, bem como promover um ambiente propicio à sua execução com excelência. Considerando as pesquisas analisadas, podemos ver quão importante se faz todo o processo, todos os sujeitos envolvimentos e principalmente a responsabilidade que cada um desempenha dentro do setor.
Palavras-chave
CME; Pesquisa; Assistência; Saúde
Referências
BRASIL. Resolução RDC nº. 307, de 14 de novembro de 2002.
MANUAL de Normas e Rotinas Técnicas. Central Distrital de Material Esterilizado. SMSA / PBH. Secretaria Municipal de Saúde. Belo Horizonte.
MARTINS, V. M. F; MUNARI, D. B; TIPPLE, A. C. F. V; BEZERRA, A. L. Q; LEITE, J. L. & RIBEIRO, L. C. M. Forças impulsoras e restritivas para trabalho em equipe em um Centro de Material e Esterilização de hospital escola. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, 45 (5): 1183-1190, outubro, 2011.
Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Série Saúde & Tecnologia – Textos de Apoio à Programação Física dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde – Arquitetura na Prevenção de Infecção Hospitalar. Brasília, 1995. 76 páginas.
PEZZI, M. C. S. & LEITE, J. L. Investigação em Central de Material e Esterilização utilizando a Teoria Fundamentada em Dados. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. Brasília, 63 (3): 391-396, dezembro, 2010.
SALZANO, S. D. T.; SILVA, A.; WATANABE, E. O trabalho de enfermeiro no centro de material. Rev. Paulista de Enfermagem. São Paulo, 9(3): 103-108, set/dez, 1996.
SANCINETTI, T. R. & GATTO, M. A. F. Parâmetros de produtividade de um centro de material e esterilização. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. Volume 41, nº 2: 264-270, março, 2006.
TAUBE, S. A. M. & MEIER, M. J. O processo de trabalho da enfermeira na central de material e esterilização. Acta paulista de enfermagem [online]. Volume 20, nº 4: 470-475, agosto, 2007.
TIPPLE, A. C. F. V; SOUZA, T. R; BEZERRA, A. L. Q. & MUNARI, D. B. O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material e esterilização: desafio para o enfermeiro. Revista da Escola de Enfermagem da USP [online]. Volume 39, nº 2: 173-180, março, 2005.