A necessidade da existência de serviços de saúde de qualidade tem sido colocada como um desafio para o alcance de melhores condições de vida e de saúde dos adolescentes e jovens brasileiros, o que também significa compreender a importância das dimensões econômica, social e cultural que permeiam a vida desses grupos. A organização dos serviços tem como objetivo principal garantir o acesso de adolescentes e jovens a ações de promoção à saúde, prevenção, atenção a agravos e doenças, bem como reabilitação, respeitando os princípios organizativos e operacionais do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2005).

A escola é um espaço privilegiado para a captação dos adolescentes e jovens porque: agrega grande parte dos adolescentes e jovens da comunidade; é um espaço de socialização, formação e informação; é na escola onde eles passam a maior parte do seu tempo (BRASIL, 2005).

Nossa equipe desenvolveu um projeto sobre conhecimento, atitude prática e prevenção de DST’s em jovens estudantes do ensino médio. Foi elaborado um instrumento de pesquisa na forma de questionário com perguntas objetivas e de múltipla escolha, aplicado em duas escolas de Manicoré, Escola Estadual Nossa Senhora das Graças /Educandário e Escola Estadual Pedro Aguirre, para alunos do ensino médio. Através do questionário, visamos a uma melhor compreensão acerca da situação em que os alunos se encontram, medindo seus conhecimentos sobre DST’s, avaliando suas atitudes e práticas na vida sexual e suas fontes de informação.

A partir daí, planejamos e realizamos as palestras educativas para conscientização desses jovens, avivamento do autocuidado e responsabilidade perante sua própria saúde e a saúde de seus parceiros(as).

Observou-se, a partir desta pesquisa, que os jovens pertencentes à amostra apresentaram deficiências no conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis e a dinâmica de transmissão das mesmas. Apesar de estar bem consolidado o conceito sobre o risco de contaminação em relações sexuais desprotegidas, o uso inconsistente do preservativo ainda é relatado, principalmente quando está envolvida a impressão de estabilidade nos relacionamentos, o que não necessariamente se traduz em fidelidade mútua, o que, por fim, acaba determinando contato sexual não seguro. A formulação de políticas públicas voltadas para os adolescentes que abordem, de maneira contundente, as DSTs/AIDS, o comportamento de risco e suas consequências devem ajudar a diminuir ainda mais as lacunas verificadas.