Última alteração: 2016-05-30
Resumo
INTRODUÇÃO
O Ministério da Saúde inclui dentre as atividades inerentes a atuação das equipes de saúde da família a visita domiciliar (VD), que tem como intuito humanizar e garantir maior conforto as famílias cadastradas em suas respectivas unidades. Este relatório tem como objetivo relatar as práticas realizadas por acadêmicos do 7o período de enfermagem, durante as visitas domiciliares, referente às aulas práticas da disciplina de Saúde Coletiva II, da Escola de Enfermagem de Manaus. Trata-se de um estudo observacional e descritivo, o instrumento utilizado foi a coleta de dados através dos prontuários e o acompanhamento das equipes de saúde durante as visitas domiciliares.
Com o sucesso observado nos modelos europeus, em 1994 o Ministério da Saúde implementou o Programa Saúde da Família (PSF) com o objetivo de dar respostas a reforma sanitária ocorrida no ano de 1990 que culminou com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste contexto, a construção de um novo modelo assistencial embasado na Estratégias de Saúde da Família (ESF), propõe a organização das práticas de saúde voltadas para a atenção à família. Um dos pressupostos da ESF é eleição da família e seu espaço social como o foco da atenção à saúde (BRASIL, 1996).
A adequação e consolidação da ESF ainda é um desafio, novas estratégias são constantemente implantadas no serviço como tentativas de melhorar e adequar a prestação de serviço dos profissionais de saúde a população, levando em consideração a diversidade encontrada no território como um todo, assim como em suas micro-áreas.
O Ministério da Saúde inclui dentre as atividades inerentes a atuação das equipes de saúde da família, a visita domiciliar. A Estratégia Saúde da Família, trata como objeto principal o cuidado domiciliar, ou seja, o cuidado realizado nos domicílios deve ser levado pelas equipes de maneira integral, garantindo qualidade para as famílias assistidas.
Dentro do planejamento das visitas domiciliares, a escala de Coelho e Savassi baseada na Ficha A, tem sido um instrumento útil para o direcionamento da equipe e avaliação do risco familiar. Pois compreender o contexto em que cada família vive, permite o planejamento de ações específicas condizentes com os recursos de que a mesma dispõe, garantindo assim benefícios no planejamento realizado pelo profissional de saúde para as visitas domiciliares, otimizando tempo e oferecendo um serviço de maior qualidade.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
No dia 08 de junho foi iniciado o estágio obrigatório de práticas da disciplina Saúde coletiva II da Universidade Federal do Amazonas, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da Cidade de Manaus, que faz parte do Distrito Sanitário Oeste da cidade. Acompanhados e orientados por uma professora, seis alunos permaneceram por cerca de um mês na unidade, observando o trabalho realizado pela equipe de saúde. Este relatório tem como objetivo enfatizar as práticas realizadas durante as visitas domiciliares do período de 08 de junho a 02 de julho do ano de 2015.
Na referida unidade de saúde as visitas domiciliares eram realizadas somente pelo período da manhã, quando os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) começavam o trabalho fazendo uma triagem aleatória dos prontuários, para seguirem com as visitas domiciliares em suas respectivas micro-áreas. Foi então possível observar a falta de cuidado com essas escolhas que eram realizadas de maneira aleatória por esses profissionais, e esta escolha aleatória, sem nenhum embasamento a respeito da necessidade, traz prejuízos práticos as famílias assistidas por essa unidade.
Durante as visitas foi observado o despreparo da equipe quanto ao conhecimento do conceito amplo de Visita Domiciliar, pois na maioria das vezes, não era possível classificar a atividade realizada pela equipe como uma visita preconizada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), pois não havia nenhuma classificação de risco, não era realizada Educação em Saúde, promoção de ações a saúde, entre outras atribuições. Tentou-se então informar e instruir esses profissionais sobre o que deveria ser realizado durante tal prática. Então os acadêmicos juntamente com a orientadora de práticas ao acompanhar os ACS na visita, passaram a demonstrar como de fato ela deveria ocorrer, através do diálogo com as famílias para captação de informações relevantes que deveriam ser levadas até a Unidade.
Com o problema apresentado pela Equipe decidiu-se levar um instrumento da academia que pudesse melhorar o serviço e otimizar o tempo no que diz respeito a qualidade do serviço que seria prestado. Foi apresentada a Escala de Coelho e Savassi (SAVASSI, LAGE, COELHO, 2012) durante uma reunião, onde instruímos como aplicar, com o principal objetivo de estratificar o risco familiar através dos prontuários, para que, a escolha aleatória das visitas fosse abolida da Unidade. Foi possível observar a resistência de alguns profissionais quanto a sua utilização para a classificação de risco, e então foi dado o desafio para eles aplicarem-na durante a semana seguinte, e utilizou-se do método da recompensa para estimular a equipe.
CONCLUSÃO
O resultado da aplicação da escala de Coelho e Savassi com a equipe durante a semana foi proveitoso, quase duzentos prontuários foram atualizados e estratificados. Os ACS perceberam a importância de utilizar tal classificação para oferecer um serviço com qualidade aos que mais necessitam sem deixar de atender toda a demanda da unidade. A Visita Domiciliar nos mostrou a importância dos trabalhos desenvolvidos pelas equipes de Saúde da Família para a aproximação entre profissionais da saúde com os usuários, estabelecendo interação de informações e aproximando realidades, baseadas na prática assistencial, sendo subsídio também para experiências práticas dos acadêmicos na promoção e prevenção da saúde.
Palavras-chave
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Assistência e Promoção à Saúde. Saúde da Família: uma estratégia de organização dos serviços de saúde. Brasília, 1996.
_______. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília (DF). 2006.
SAVASSI, L.C.M.; LAGE, J. L.; COELHO, F. L.G. Sistematização de um instrumento de risco familiar: escala de risco familiar de Coelho-Savassi. J Manag Prim Health Care, v.3, n.2, p. 179-185, 2012.