Rede Unida, Encontro Regional Norte 2015

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Uso da Simbologia na Prescrição de Remédios
Danuzi Sales Araujo Sousa

Última alteração: 2016-01-21

Resumo


A equipe dos navios hospitalares da Marinha do Brasil realiza assistência primaria à saúde para a população ribeirinha localizada nas comunidades pequenas e isoladas da região amazônica, em cumprimento a Termo de Cooperação celebrado com o Ministério da Saúde e renovado anualmente. Cada missão conta com até 20 profissionais de saúde. Os navios são equipados com ambulatórios médicos, gabinetes odontológicos completos e recursos hospitalares (enfermarias, sala de cirurgia, sala de Raio X, mamógrafo, laboratório de análises clínicas e farmácia).

Notadamente, um dos maiores desafios enfrentados diz respeito à vulnerabilidade da população infantil, as quais vem sendo enfrentadas com a disseminação de medidas educativas de higiene pessoal, saúde bucal, alimentação saudável, vacinação, dentre outros.

Outro fator preocupante diz respeito ao alto índice de analfabetos ou com mínima alfabetização dos pacientes atendidos, o que dificulta a compreensão do diagnóstico e leva ao uso incorreto dos medicamentos. Também o esquecimento, a diminuição da acuidade visual e da destreza manual que ocorrem nos idosos, contribuem para erros na administração de remédios.

Para promover o uso correto das medicações prescritas, foi desenvolvida uma metodologia de prescrição com representação gráfica de imagens das instruções, nos cartões de acompanhamento do Hipertenso e Diabético (HIPERDIA). Assim, adesivos coloridos com figuras são destacados e colocados na cartela do medicamento, indicando as condições de uso dos medicamentos em relação ao tempo (manhã, tarde e noite), modo (antes, durante e depois) e momento (café da manhã, almoço e jantar).

Verificamos que, de modo geral, a combinação de instruções verbais e uso da simbologia melhorou a comunicação e compreensão dos pacientes, com aumento da adesão e eficácia dos tratamentos, de acordo com as prescrições e posologia ministradas. Esses resultados encorajam maior investigação sobre o papel da simbologia na prescrição medicamentosa no sistema público de saúde brasileiro.


Palavras-chave


Anamnese, Medicação, Analfabetismo