Rede Unida, Encontro Regional Norte 2015

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O COMÉRCIO DAS PLANTAS MEDICINAIS NO MERCADO MANAUARA– AM.
Naisa Lima de Souza Neta, Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa

Última alteração: 2016-01-21

Resumo


O habito de se utilizar as plantas com objetivos medicinais no alivio ou cura de doenças, aliado ao seu valor terapêutico torna-se objeto de estudo pesquisas cientificas da fitoquímica, desmitificando antigos conceitos do uso e aplicação de plantas na medicina popular. Por mais que não sejam conhecidos os constituintes químicos das plantas, as observações populares dos costumes herdados durante séculos dos nossos antepassados contribuem para a divulgação da eficácia e uso das propriedades terapêuticas das plantas medicinais. Este saber usualmente é evidenciado em conversas informais com pessoas mais idosas (donas-de-casa, benzedeiras, raizeiros, etc.) que lhes foram transmitidos pelos ancestrais sobre o tratamento de diferentes males que afetam o ser humano. Dessa forma, de maneira indireta a cultura medicinal desperta interesse nos usuários de plantas medicinais em todo o mundo. Objetivou-se neste estudo identificar os meios de obtenção e quais plantas medicinais são de maior conhecimento popular dos manauaras. Trata-se de pesquisa exploratória desenvolvida nos mercados populares da Cidade de Manaus, utilizando-se do método pesquisa-ação, pessoa ambiente e consulta bibliográfica. Os resultados apontam que em todos os mercados da cidade são oferecidos algum tipo de planta medicinal, cujos (a) vendedores (a) recomendam sua utilização para diversos tipos de doenças e indicam a forma de procedimentos seja para chá, lambedor, xarope, etc. Dentre as mais difundidas estão: Amor crescido, Andiroba, Boldo, Cipó Tuira, Copaíba, Corama, Crajiru, Elixir paregórico, Erva cidreira, Guiné, Hortelã, Jucá, Malvarisco, Mastruz, Mucuracaá, Sara tudo e Urucum. As recomendações terapêuticas mais indicadas são para o tratamento de problemas digestivos e respiratórios e a parte da planta mais utilizada são as folhas. Pode-se inferir nesta perspectiva que o conhecimento popular passa a ter importância para a construção do conhecimento cientifico. Diante deste contexto, torna-se necessário a unificação da ciência com o conhecimento popular sobre a o uso e aplicação das plantas medicinais, para melhor uso e aplicabilidade deste recurso natural, para que a população possa utilizá-las compreendendo seus princípios ativos. Recomendam-se palestras de Educação Ambiental junto aos vendedores de ervas medicinais nos mercados de Manaus como eficiente ferramenta para a sensibilização da preservação das plantas medicinais, bem como do conhecimento das tradições populares.

 


Palavras-chave


Plantas Medicinais, Medicina Popular, Saúde.

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Política Nacional de Plantas Medicinal e Fitoterápico. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde).

Di STASI, Luiz Claudio, Hiruma-Lima, Clélia Akiko. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Editora UNESP, 2002.

LORENZI, Harri e MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2a edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.