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Este trabalho descreve as ações desenvolvidas no Projeto de Educação Permanente em Saúde Bucal com crianças indígenas do Distrito de Pari-Cachoeira, Amazonas, viabilizadas por uma parceria do 6o Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro, pretendendo estabelecer práticas de saúde que mantenham o elo biológico, social e cultural, adaptando as ações à realidade local. A proposta é descrever sobre o projeto e refletir sobre a prática, enfatizando os aspectos educativos, criando uma relação construtiva e discutível para uma odontologia efetivamente possível e funcional nas comunidades indígenas do Distrito de Pari-Cachoeira. Dessa forma, o indígena passa da condição de objeto, “paciente”, a sujeito, cúmplice em resolver seus próprios problemas bucais, tendo também o Cirurgião-Dentista melhor compreensão do universo sociocultural indígena e as implicações desse nas suas atividades na comunidade. O indígena se apresenta com um estilo de vida definido, transmitido ao longo de gerações, tendo como corretos certos hábitos considerados prejudiciais para a manutenção da saúde. O desafio é analisar de forma conjunta, localizando o problema não para resolve-lo somente, mas identificar o que o desencadeia e quais hábitos cooperam para que aquela doença se instale. Isso não se limita a transmissão de informações, mas ao incentivo a aprendizagem, valorizando uma boa saúde bucal, deixando o indígena de ser mero objeto para se tornar sujeito da ação, tendo a competência e, sobretudo, a autonomia na tomada de decisões mais saudáveis. Os desafios para o atendimento odontológico em área indígena não são poucos, com dificuldades nos aspectos geográficos, linguísticos e culturais. Respeitar a cultura e reconhecer a necessidade de adaptação à realidade do povo se faz fundamental no processo de educação em saúde, mantendo-se uma relação aberta e menos impositiva, tentando conciliar o saber cientifico com o saber popular.

Saúde Bucal; Educação em Saúde; Saúde Indígena