Rede Unida, Encontro Regional Norte 2015

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A Supervisão Acadêmica do Projeto Mais Médicos para o Brasil, em áreas de difícil acesso: a experiência do Grupo Especial de Supervisão.
ANDERSON SALES DIAS, HARINEIDE MADEIRA MACEDO, Vinicius Ximenes Muricy da Rocha, Tatiane Ferreira De Jesus, Otoniel Gomes de Miranda Filho, Maezia Maria Medeiros, Aline Cunha Das Neves, Jacqueline Nunes de Souza Fagundes Mendes

Última alteração: 2016-01-21

Resumo


O Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) surge como resposta emergencial do governo, enquanto vivência de formação na Atenção Básica em áreas descobertas de atenção médica, em todo o território nacional. A proporção média de médicos por mil habitantes do Brasil em 2012 foi de 1.8, abaixo de países da Europa e da própria América do Sul. Essa proporção se torna ainda mais grave na região norte do país, onde Estados como Acre, Pará e Amapá não chegam a um médico por mil habitantes. Com a chegada dos médicos participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil várias localidades passaram a contar, pela primeira vez, com a presença regular de médicos em todos os dias da semana.

Um dos eixos educacionais do PMMB é a Supervisão Acadêmica, responsável pelo fortalecimento da política de educação permanente, por meio da integração ensino-serviço no componente assistencial da formação dos médicos participantes do Projeto, é realizada pelas instituições que aderiram ao PMMB, denominadas Instituições Supervisoras.

A interiorização da atenção à saúde gerada pelo PMMB atingiu locais com imensa dificuldade de acesso por meios de transporte comercial de forma constante. Essa situação tornou-se um desafio para a garantia da supervisão, principalmente em unidades federativas da Amazônia Legal, o que gerou dificuldade para recrutamento de supervisores que garantissem o acompanhamento regular e periódico aos médicos dessa região. No segundo semestre de 2014 iniciou-se um processo de articulações entre os Ministérios da Defesa e da Educação visando o apoio para deslocamento de supervisores em áreas de difícil acesso, e em dezembro de 2014, no Estado do Amazonas, um grupo de supervisores selecionados pelo Ministério da Educação realizou a visita aos médicos daquele Estado, com o apoio das Forças Armadas. A estratégia, batizada de Grupo Especial de Supervisão (GES), foi sendo aprimorada em 2015, em julho deste ano acontece a quarta ida do grupo ao Estado do Amazonas e a terceira ao Estado do Pará. O grande avanço no processo de formalização do Grupo Especial de Supervisão, foi a publicação de sua Portaria Normativa SESu/MEC Nº 28, de 14 de julho de 2015, que regulamenta o Grupo no âmbito do PMMB. Em 6 meses de existência, o GES tornou-se um laboratório para trabalhar as potencialidades e limitações da supervisão acadêmica. É inegável a importância do mesmo para a execução da supervisão nessas localidades de acesso remoto e da ativação da rede intersetorial local.

 


Palavras-chave


Supervisão Acadêmica; áreas remotas; Projeto Mais Médicos para o Brasil; intersetorialidade; educação em saúde; Grupo Especial de Supervisão;

Referências


  1. Portaria Normativa SESu/MEC Nº 28, de 14 de julho de 2015
  2. Portaria MEC 585, de 15 de julho de 2015
  3. Diagnóstico da Saúde no Brasil: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/acoes-e-programas/mais-medicos/mais-sobre-mais-medicos/5952-diagnostico-da-saude-no-brasil, acessado em 08 de julho de 2015