Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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Na terra do Sol, um Horizonte surge aos usuários de Álcool e outras Drogas
Esequiel Pagnussat, Ana Caroline Leite de Aguiar, Ana Karoline Barros do Nascimento

Última alteração: 2016-01-20

Resumo


Os CAPS AD são importantes ordenadores de cuidados na Saúde Mental e seu trabalho exige dos profissionais uma transformação nos modos de agir, cuidar e acolher. Contudo, existem usuários que não acessam ou abandonam o acompanhamento do CAPS AD. As Residências em Saúde surgiu como estratégia de Educação em Saúde  na busca ativar e proporcionar novas formas de cuidado. A partir da integração Residência em Saúde da Família e a psicóloga do CAPS AD, foi proposto o estudo que visa identificar o perfil dos usuários do CAPS AD em Horizonte-CE. Além disso, refletir a inter-relação dos resultados com as práticas em Saúde Mental e as políticas públicas. Segue um delineamento misto sequencial (quantitativo-qualitativo).

Utilizou-se o livro de registro de ingresso no CAPS entre 2013 e 2014. Criou-se um banco de dados, analisado com auxílio do SPSS 21. Para além dos dados quantitativos, pretende-se refletir sobre a população que (não)acessa o CAPS.

A amostra foi de 392 usuários, resultados apontam média de idade de 38 anos, maioria Homens (83,7%), recebendo até 1 Salário Mínimo (61,9%), com Ensino Fundamental Incompleto (40,1%) ou Analfabetos/Semianalfabetos (18,5%), utilizando substâncias lícitas (57,9%), ou substância(s) Licita(s) e Ilícita(s) (26,5%). O álcool é referido por 68,1%, tabaco por 37,8%, crack por 25,5%, maconha por 17,1%, cocaína por 14,5% e medicamentos por 3,8%.

Evidencia-se forte associação entre mulheres e substâncias Lícitas; e entre homens e Sustâncias Lícitas e Ilícitas. Quanto as drogas lícitas, encontrou-se associação entre homens e uso de álcool; entre mulheres e uso de tabaco. Encontrou-se diferenças entre idade e quem utiliza álcool (39 anos) e os que não utilizam (33 anos). Os usuários de crack, cocaína e maconha são mais jovens (29, 28 e 25 anos), comparado aos que não utilizam (40, 39, 40 anos).

A partir do perfil traçado, emerge a imprescindibilidade do CAPS AD funcionar voltado para fora e buscar parcerias com variadas instâncias sociais. Ao focar nos usuários jovens, parcela a cujo consumo/abuso de drogas ilícitas é, predominantemente associado, urge (re)pensar/propor intervenções de prevenção e problematização com outros  atores e espaços. É preciso fugir à lógica de produção de saúde como procedimentos, tanto na Saúde Mental como na Atenção Primária, e produzi-la com políticas públicas eficazes. Neste sentido, cabe refletir sobre os papéis de gênero no acesso, a pobreza, a cultura do consumo.

Palavras-chave


CAPS AD; Saúde Mental; Políticas Públicas

Referências