Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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A INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA COMO CENÁRIO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA FISIOTERAPIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA CONCEPÇÃO DO DISCENTE.
Maely Azevedo da Silva Tavares, Melyssa Lima de Medeiros, Maria Oleni Carvalho, Jamille dos Santos Montenegro da Silva, Luana Pinheiro da Silva, Kallyton Augusto Fernandes Cavalcante, Josefa Mirlany da Costa Santos, Johnatas Fernandes de Oliveira, Isa Beatriz Barros Fragoso, Kevivaldo Bruno Silva Cunha

Última alteração: 2015-11-05

Resumo


Envelhecer é um processo natural, gradativo e contínuo, que começa no nascimento e se prolonga por todas as fases da vida. Nas últimas décadas o número de idosos é crescente e vem acompanhado de doenças crônicas, maior dependência e perda da autonomia. Os primeiros sinais de envelhecimento envolvem o sistema musculoesquelético, com redução da massa muscular e da densidade óssea, mas, também ocorre o declínio da capacidade cognitiva e o desenvolvimento de doenças crônicas. Esse estudo propõe-se a relatar a experiência de acadêmicos de Fisioterapia da Universidade Potiguar na assistência geriátrica em uma instituição de longa permanência na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A prática foi realizada em um grupo com aproximadamente 18 idosas, às quartas feiras, durante o período de agosto a setembro de 2015. Inicialmente era realizada a análise da história clínica das idosas e em seguida, a discussão do planejamento das intervenções individuais ou em grupo. Os objetivos foram direcionados a melhora da capacidade funcional, ao ganho de massa muscular, treino de marcha, equilíbrio e coordenação; a prevenção de quedas e de complicações ostemioarticulares e metabólicas. Isso remete à valorização da independência e autonomia do idoso, a partir da sua capacidade física, funcional e mental. Antes e ao final da prática era realizada a avaliação dos sinais vitais; e o alongamento ativo-assistido da musculatura dos membros superiores (MMSS), inferiores (MMII) e tronco. O grupo foi dividido em 4 subgrupos, que participavam de um circuito com estações de treinamento de coordenação, marcha, equilíbrio e estimulação cognitiva. Em alguns momentos foi percebida a necessidade de atendimento individual, por complicações agudas como o edema, dor articular ou cefaleia.  Os cuidadores e profissionais da instituição de longa permanência reconhecem a atividade como necessária para manter a capacidade funcional das idosas, assim como, da autonomia durante a realização das atividades diárias. Nesse contexto da assistência em grupos, foi percebido que ocorre uma ampliação das possibilidades de integração das idosas. Por fim, os benefícios desta ação extrapolam os previstos para os modelos de assistência individual, desenvolvidos rotineiramente no ambulatório das instituições de ensino superior, beneficiando o paciente e, principalmente, aprimorando as habilidades e competências necessárias para a prática profissional na assistência ao idoso institucionalizado.

Palavras-chave


Envelhecimento; fisioterapia; idoso.

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