Introdução: No Brasil, o Sistema de Saúde (SUS) é fruto de uma grande mobilização da sociedade e tem como princípios básicos: universalidade, integralidade, equidade, participação social.  Sendo este último, determinante em sua consolidação. Na condução das políticas de saúde no nível local, é de fundamental importância a compreensão de que os determinantes sociais da saúde podem ser modificados pela informação e a corresponsabilização da população. A participação social, portanto, deve ser estimulada pela equipe de saúde da família.

Objetivo: relatar uma experiência de integração ensino/serviço/comunidade, com enfoque na participação social no processo de implantação da Estratégia Saúde da Família, na Vila de Ponta Negra, em Natal-RN, Brasil.

Metodologia: Durante o processo de territorialização realizando o cadastramento das famílias da vila de ponta negra, tomamos conhecimento de algumas organizações comunitárias discutindo problemas da comunidade. Iniciamos, portanto, nossa participação nas reuniões, apresentando o processo de territorialização ressaltando os problemas encontrados e buscando parcerias da comunidade para solucioná-los. A cada reunião priorizamos alguns problemas e convidamos os órgãos competentes para participar da elaboração das soluções. Participam efetivamente do movimento, cinco ONGs; representação de escolas; representação da gestão local da saúde;  equipes de saúde da família/alunos de graduação e diversas organizações comunitárias.

Resultados: o movimento foi tomando organicidade e se transformou em um fórum permanente. Os problemas discutidos foram dando espaço a atividades coletivas de promoção da saúde com a participação da comunidade e o desenvolvimento de ações intersetoriais. Destacamos algumas ações que consideramos de maior importância dentre as que foram realizadas após a criação do fórum: A discussão dos problemas na gestão local do serviço de saúde fez emergir e fortalecer a ideia de uma gestão colegiada, como forma de democratizar a gestão na saúde; Para solucionar o acúmulo de lixo em algumas ruas, promovemos um mutirão com a participação da comunidade e de várias secretarias municipais; realizamos ações coletivas de saúde nas micro-áreas após mapeamento de áreas criticas. As ações têm tido uma excelente participação de alunos de graduação e bolsistas.

Conclusão: a Atenção Primária em Saúde, organizada pela Estratégia Saúde da Família, por ser o nível de atenção que lida mais diretamente com os determinantes sociais, se constitui em um lócus privilegiado de exercício de cidadania e luta por justiça social. Tendo como consequência a produção coletiva da saúde.