Última alteração: 2015-10-25
Resumo
Trata-se de um relato da experiência vivenciada nas aulas práticas da disciplina de Atenção Básica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, Rio Grande do Norte, Brasil; com ênfase no grupo “Cuidando de quem cuida” desenvolvido na respectiva Unidade Básica de Saúde (UBS), direcionada aos cuidadores familiares de idosos com Doença de Alzheimer (DA).
As ações deste projeto surgiram em 2001, coordenadas por uma Enfermeira; sendo estas orientadas pelas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, ocorrendo em reuniões semanais, que prezavam pela realização de rodas de conversa e escuta qualificada, além de técnicas de relaxamento como o yoga, a dança circular, uso de óleos essenciais e educação em saúde sobre DA.
As rodas de conversas aconteciam em local destinado a tal, em um anexo da UBS, com amplo espaço, banheiros, copa e ar-condicionado; aconchegante como necessário. As cadeiras eram despendidas em círculo para acomodação dos integrantes.
Inicialmente, na roda, todos se levantavam e davam-se as mãos; de forma que cada integrante, por vez, desse um passo a frente, se apresentasse por nome e designasse o que gostaria de deixar na roda e o que gostaria de levar dela; questionando ao grande grupo, se todos os apoiavam.
Em relação a deixar na roda, as palavras mais citadas pelos cuidadores eram: preocupação, estresse, raiva, tristeza, angústia. Quanto ao que gostariam de levar, em sua maioria era: alegria, conhecimento, paz, serenidade, tranquilidade, dentre outros.
Posteriormente, os participantes externavam sobre sua vivencia como cuidador, a partir da leitura de frases que eram distribuídas. Desta forma, possibilitava a socialização das experiências, com os demais, buscando proporcionar respostas às angústias, medos, estresses e dúvidas apresentadas. Finalizavam-se os encontros com uma oração.
Entendem-se as rodas de conversas como intervenção crucial, uma vez que estas possibilitam a formação contínua dos cuidadores, tornando-os coparticipante desta, potencializando o autocuidado e a reflexão a respeito dos encontros, objetivando atender as demandas. Assim, repercute-se na qualificação do cuidado da pessoa com DA.
A participação nesses encontros permitiu adquirir conhecimentos e saberes que ultrapassam o conhecimento técnico-científico, tornando profissionais conscientes da necessidade da abordagem holística, da família e comunidade.