Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

Tamanho da fonte: 
Rompendo fronteiras e desmitificando a sexualidade na adolescência
Andiara Araújo Cunegundes de Brito, Stephanie Jennifer Medeiros de Oliveira, Talita Mariz Rocha

Última alteração: 2015-10-26

Resumo


De acordo com Organização Mundial de Saúde, a adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos. Nessa fase da vida humana a sexualidade se insere como uma redescoberta, trazendo certa vulnerabilidade, sobretudo, decorrente de mitos e tabus. Diante do exposto, objetivou-se relatar a atividade de educação em saúde destinada a jovens e identificar alguns mitos e tabus relativos à sexualidade na adolescência. Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, cujos dados analisados foram produzidos por meio da utilização de anotações em diário de campo. Os sujeitos participantes do estudo foram os jovens entre 15 e 17 anos do Programa Projovem Adolescente, pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família ou em situação de risco social. Estes foram abordados por meio de quatro encontros educativos que ocorreram no Centro de Referência de Assistência Social de Caicó/RN, onde foram realizadas discussões acerca da sexualidade na adolescência. Dessa forma, tornou-se possível identificar os conhecimentos que os jovens possuem a respeito da prática sexual, verificando-se as concepções e crenças sobre sexualidade presentes no contexto sociocultural e familiar, que exercem significativa influência no comportamento dos adolescentes. Ligado a isto, observaram-se os principais mitos e tabus que surgem nessa fase da vida associados a: afeto e prazer; masturbação; virgindade; gravidez precoce; uso de métodos contraceptivos; uso de preservativo; Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e as formas de prevenção. Entre todos os questionamentos, identificou-se a problemática da não adesão ao uso do preservativo pelos jovens. Mediante esta análise, ressalta-se a importância de compreender como a sexualidade é vivida na adolescência, no sentido de ampliar a discussão da temática transcendente ao modelo biomédico e de buscar medidas de prevenção efetivas diante dos aspectos complexos relacionados ao ser adolescente. Portanto, enfatiza-se a relevância da rede assistencial do SUS abarcar o processo saúde/doença desses jovens, garantindo o acesso às informações, aos métodos contraceptivos e preventivos, além de direcionar planos de cuidados com base na escuta qualificada e no vínculo. Destarte, essa atenção em saúde possibilita promover autocuidado, protagonismo e acesso às atividades de educação sexual, direcionadas para o esclarecimento de conceitos preestabelecidos que poderiam prejudicar a saúde e a qualidade de vida de adolescentes.


Palavras-chave


Sexualidade; Adolescência; Atenção à saúde no SUS.