Última alteração: 2015-10-31
Resumo
Tendo em vista que na população idosa ocorre declínio das funções cognitivas e fisiológicas que prejudicam o consumo e metabolismo de nutrientes, são cruciais as ações para o monitoramento e caracterização das práticas alimentares nessa população, com vistas à prevenção dos distúrbios nutricionais e das doenças a elas relacionadas1. Comparar os hábitos alimentares e fatores associados entre a população idosa de Natal e Santa Cruz-RN, foi nosso objetivo. Estudo comparativo-descritivo, transversal, realizado com 24 idosos, sendo 11 na DER do Município de Santa Cruz e 13 na ESF de Igapó em Natal, RN. Utilizou-se o programa SPSS versão 20.0 para análises descritivas e teste de Qui-Quadrado. Predominam como melhores resultados para hábitos alimentares saudáveis as variáveis sobre o consumo de frutas e vegetais, (45,8%) em Santa Cruz e (54,2%) em Natal; o hábito de tomar café da manhã, em que Santa Cruz, 41,7%, e em Natal, 54,2%, relataram fazê-lo e não acrescentar sal à comida, sendo (41,7%) para Santa Cruz e (50,0%) para Natal. Na variável quantidade de refeições >3/dia, foi considerável a diferença entre Natal (54,2%) e Santa Cruz (41,7%). São expressivos também os valores para o não consumo de refrigerante para Santa Cruz (45,8%) e Natal (50,0%) e bebida alcóolica (45,8%) em Santa Cruz e Natal. Do total de pesquisados, (91,7%) bebem café, bem como (87,5%) do total referem lanchar entre as refeições e o consumo de carne, porém o consumo de peixe obteve menor índice (70,8%). Houve diferença significativa também quanto aos que referiram “comer guloseimas”, sendo o maior resultado para Natal (41,7%) e 29,2% de Santa Cruz. Embora os resultados dos hábitos alimentares tenham sido melhores na capital, foi nesta que se encontrou maior percentual (45,8%) de IMC alterado (Baixo peso/Excesso de peso), mesmo quando comparando-se a outros fatores como a prática de atividade física, onde em ambas as cidades o valor foi o mesmo (83,3% do total). Em Natal também se encontra a maior porcentagem dos que relataram sofrer algum problema de saúde (41,7%) e Hipertensos (25% destes). Os resultados desse estudo sugerem que os idosos de Natal e Santa Cruz estão encontrando dificuldades para manter adequados o IMC e os hábitos alimentares, respectivamente. Logo, programas de educação nutricional continuada e monitoramento do estado nutricional e de saúde são necessários para melhoria da qualidade de vida destes idosos.