Última alteração: 2015-10-25
Resumo
A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) do Estado do Ceará realiza em parceira com a Residência Integrada em Saúde (RIS) promovida pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) um trabalho de extensão em um Centro Educacional Masculino, situado em Fortaleza/Ceará. O Centro acolhe 60 adolescentes provenientes dos municípios do Estado, com idades de 17 a 18 anos que estão em cumprimento das medidas referentes aos atos infracionais. A equipe interprofissional da RIS/ESP-CE é formada por profissionais de saúde-residentes: 03 Assistentes Sociais, 01 Enfermeira, 02 Psicólogas, 01 Professora de Educação Física, 01 Terapeuta Ocupacional, 01 Tutor de Educação Popular e 01 Enfermeira Coordenadora da RIS/ESP-CE. A proposta tem como finalidade integrar os saberes das mais variadas formações profissionais com as diversas políticas públicas, compreendendo que o adolescente em conflito com a lei é um sujeito de direitos, que deve ser visto na condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, com a garantia do direito ao cuidado integral. A metodologia das ações de saúde se deu inicialmente com a territorialização. Observamos, neste primeiro momento, que esta população está numa condição de invisibilidade. O que não pode significar o descumprimento dos direitos firmados na Constituição Federal (CF) e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que, o direito ao acesso à saúde é de garantia de todos. A partir daí, levantamos as necessidades de intervenções. Realizamos com os adolescentes oficinas e rodas de conversas, abordando temas dialógicos e problematizadores de forma lúdica, artística, com a inserção da música e esportes em parceria com profissionais artistas, grafiteiros e comunicadores sociais. Os resultados das atividades foram diversos, um dos mais ricos se revela no estabelecimento e fortalecimento dos vínculos entre os adolescentes e a equipe. A experiência tem se mostrado um resultado bastante potente, ao proporcionar subsídios potencializadores na formação da equipe interprofissional, permitindo um trabalho pulsado por ações não especificamente para a assistência ao adoecimento adquirido no período de cumprimento da medida, mas sob o conceito de saúde ampliada. O que nos permitiu realizar um trabalho que se deu por vias complexas, oportunizando a apreensão das expressões do adoecimento social e outros fenômenos sociais que influenciam na condição de saúde ou do adoecimento de quaisquer agentes inseridos na sociedade.