Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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Prática de sondagem vesical de demora entre graduados de enfermagem: identificando falhas para corrigir.
Joice Silva do Nascimento, Vanessa Karen da Silva Azevedo, Laura Freire Torres, Gilson de Vasconcelos Torres, Gabriela de Souza Martins Melo

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Introdução: As infecções hospitalares representam sério problema de saúde no Brasil e no mundo, apresentando agravos de causa infecciosa adquirida.1-2.O trato urinário corresponde a um sitio comum de infecção3, sendo a sondagem Vesical de Demora (SVD) um procedimento invasivo que possibilita as infecções deste sítio4, apresentando cerca de 80% dos casos relacionados à assistência em saúde5. Assim, é necessário traçar um perfil que minimize este agravo. Objetivo: Identificar as principais etapas com inadequações relacionadas ao desenvolvimento do procedimento de sondagem vesical de demora entre acadêmicos de enfermagem. Método: Estudo quantitativo, realizado no departamento de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com 76 alunos regularmente matriculados do 5º ao 9º período da graduação em enfermagem entre fevereiro a maio de 2014. Para coleta de dados utilizou-se lista de verificação validada, contendo os passos para o desenvolvimento adequado da SVD, sendo 38 itens divididos em: 7 observações iniciais, 27 passos da técnica e 4 observações finais. As habilidades foram desenvolvidas em laboratório estruturado para realização da técnica. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Quanto às principais etapas com inadequações relacionadas à SVD, nenhum aluno desenvolveu o procedimento completo adequadamente. Em 86,8% dos casos os materiais foram selecionados de forma inadequada (observações iniciais), no qual os acadêmicos do 9º período tiveram o maior índice de falhas (92,9%) e os do 5º período menor (80,0%). Com relação aos passos da técnica, 76,3% dos acadêmicos realizaram a preparação do gel anestésico/lubrificante inadequadamente, com o 8º período com mais falhas e o 9º com menos; 72,4% realizaram a fixação da sonda em outra região que não a supra-púbica; e 67,1% não posicionaram o manequim adequadamente, mantendo-o com as pernas cruzadas ou em posição ginecologia. E 50,0% não orientaram em relação aos cuidados com a sonda (observações finais), evidenciando o 6º período mais acentuadamente (64,7%), e o 7º foi o que menos apresentou falha nesta etapa (33,3%). Conclusão: O desenvolvimento correto de habilidades relaciona à SVD é fundamental na formação acadêmica de futuros enfermeiros como disseminadores do conhecimento, tendo em vista a importância desses profissionais na reabilitação dos pacientes, ressaltando a necessidade de proporcionar maior segurança, minimizando possíveis complicações.

Palavras-chave


alunos de enfermagem; competência clinica; Cateterismo Urinário.

Referências


  1. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Ministério Público do Estado de São Paulo. O controle da Infecção Hospitalar no Estado de São Paulo São Paulo, 2010. http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Saude_Publica/infeccao_hospitalar_2010.pdf
  2. Queirós MI, Cipriano MAB , Santos MCL , Cardoso MVL ML. Infecções urinárias e uso de cateter vesical de demora em unidade pediátrica. Rev Rene. [internet]. 2011. [cited  2015 ouct 11]; 12(2):295-301. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/156/67
  3. Filho J S R, Vilar F C, Mota L M, Leal C L, Pisi P C B. Infecção do trato urinário. Medicina (Ribeirão Preto). [internet]. 2010. [cited  2015 ouct 11]; 43(2):118-25. Available from: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/166/167
  4. Lucchetti  G, Silva AJ,  Ueda SMY; Perez MCD, Mimica LMJ. Infecções do trato urinário: análise da frequência e do perfil de sensibilidade dos agentes causadores de infecções do trato urinário em pacientes com cateterização vesical crônica. J Bras Patol Med Lab . [internet]. 2005. [cited 2015 ouct 11]; 41(6): 383-9. Available from: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v41n6/a03v41n6.pdf
  5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministérios da Saúde. Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Setembro 2009. Available frm: http://www.ccih.med.br/criterios_itu.pdf