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Relato de experiência: Processos de subjetivação de adolescentes encarceiradas
Última alteração: 2016-01-20
Resumo
O presente relato refere-se a uma experiência de estágio no núcleo de psicologia social comunitária (NUPSC) ao qual faz parte do serviço integrado de psicologia (SIP) da Universidade Potiguar (UNP). O campo tem por finalidade trabalhar os aspectos psicossociais, que busca fornecer suporte as demandas de violações de direitos, além de questões de vulnerabilidade social. Neste núcleo, foi desenvolvido um trabalho de extensão que se iniciou no CEDUC padre João Maria situado no conjunto Potengi Natal/RN, o trabalho desenvolvidoteve como finalidade trabalhar com adolescentes em conflito com a lei, o centro acolhe adolescente do sexo feminino em quecumprem pena privativa de liberdade. A atuação neste contexto visou trabalhar com as adolescentes em grupo, investigando fenômenos ligados ao comportamento do indivíduo que transgride a lei. Em suma, foi importante a verificação do que levou o indivíduo a cometer o ato, quais as circunstancias e seu histórico de vida trabalhando seus aspectos sociais e psicológicos, além de trabalhar a conscientização sobre os direitos humanos dos indivíduos que cumprem pena privativa de liberdade, procurando garantir a cidadania e sua reinserção na sociedade. A relação de vínculos com as adolescentes foi estabelecida ao longo de encontros, com apresentações que abordavam temas diversos a partir de relatos que elas traziam nas discussões. A atuação do psicólogo se torna abrangente, no sentido de trabalhar não somente o indivíduo encarcerado, mas também familiares e comunidade tendo como objetivo compreender as pessoas em cumprimento de pena, avaliar sua saúde mental, dar acolhimento, escutar suas demandas, promover saúde e defender os direitos fundamentais. O trabalho é importante porque procura promover mudanças satisfatórias não só em relação as pessoas em cumprimento de pena privativa, mas também de todo sistema socioeducativo. Além disso, o trabalho possibilitou perceber as tessituras que compõe os processos de subjetivaçao, fazendo compreender os avanços conquistados em relação ao comportamento, ao respeito e a postura, justificado pelo vinculo e pelo acolhimento na tentativa de possibilitar a retomada da autonomia das adolescentes.A experiência mostra que é fundamental considerar a fase de desenvolvimento, importante para a formação do sujeito enquanto ser que se insere numa sociedade, fragilizado e desprovido de um suporte assistencial eficaz que promova a reabilitação do sujeito em diversos contextos.
Palavras-chave
adolescentes; subjetividade; cárcere.