Última alteração: 2015-11-04
Resumo
Uso do tabaco é um importante fator de risco para diversas doenças, e é uma das maiores causas de mortalidade prematura em nações industrializadas. Com o objetivo de reduzir a morbimortalidade causada pelo tabagismo, incidência e a prevalência de fumantes, o Brasil instituiu o Programa Nacional de Controle do tabagismo. Com o intuito de sanar as práticas fragmentadas, ampliar as ações da atenção básica e promover a articulação de profissionais, melhorar o acesso e a resolutividade dos problemas de saúde que o Ministério da Saúde criou NASF (Núcleo de apoio a Saúde da Família). O Município de Goianinha possui dois NASF tipo 1, dentre as suas atribuições vem desenvolvendo trabalhos com grupos, entre eles o de combate ao Tabagismo. O primeiro foi criado em 2013 e a terceira edição iniciou em setembro de 2015; os encontros acontecem toda terça feira, e até presente data ocorreram três. Nestes, as equipes do NASF, composta por uma assistente social, dois educadores físicos, duas psicólogas, uma fonoaudióloga, dois fisioterapeutas, uma terapeuta ocupacional, duas nutricionistas e um farmacêutico, revezam-se nas ações com o grupo. Participam também uma médica, a psiquiatra do Município e os agentes de saúde. Nesses encontros além dos diversos temas tratados é disponibilizado em parceria com a SESAP (Secretaria de Saúde Pública do Estado) aos participantes, fármacos que auxiliam no tratamento como o cloridrato de bupropiona, adesivos e goma de mascar. O NASF ao desenvolver um trabalho compartilhado e colaborativo em que predomina a articulação de saberes e experiências no planejamento, implementação e avaliação das ações, tem alcançado resultados efetivos com estes grupos. A amostra é composta por 20 participantes, sendo seis homens e 14 mulheres. Destes 20, nove (45,0%) reduziram a zero o número de cigarros fumados por dia. Apenas dois não reduziram o consumo de cigarros. Houve redução significante (p<0, 001) entre o período de intervenção com mediana de 20 (mínimo 3; máximo 60) cigarros fumados por dia na primeira semana para 1,5 (mínimo 0; máximo 40) cigarros fumados por dia na terceira semana. Além disso, houve redução média de 79,0% do consumo de cigarros no período de intervenção. As repercussões desse trabalho são sentidas tanto pelos usuários que passam a ter melhor qualidade de vida, com ganhos significativos em sua saúde, como também pelos profissionais, os quais têm obtido um trabalho de excelência ao fazê-lo de forma integrada.