Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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CONCEPÇÃO DE FORMAÇÃO POLÍTICA NA ENFERMAGEM: avanços e retrocessos
Claudielly Ferreira da Silva, Moêmia Gomes de Oliveira Miranda, Fernanda Letícia da costa Araújo

Última alteração: 2015-10-29

Resumo


O Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB) e o Movimento Participação (MP) são marcos histórico da transformação das práticas em saúde/enfermagem. De modo especial na enfermagem o MP questionava a forma autoritária e a defesa dos interesses do estado brasileiro pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), ademais, percebia a necessidade de inserção da categoria nas lutas em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, comprometida com a transformação dos modos de andar a vida dos sujeitos  e afirmação da categoria enquanto prática social e política. Assim, o objetivo desse estudo foi explicitar o compromisso político que permeia a formação do enfermeiro no espaço da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (FAEN/UERN). A coleta de dados deu-se a partir de grupo focal com discentes concluintes da instituição no semestre letivo 2014.1. Pode-se apreender como resultados que de forma geral o alunado compreende a formação política enquanto estado de militância (política). Além disso, avança-se na incorporação dos ideais do MP e MRSB no Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição, assumindo o compromisso com a transformação dos serviços de saúde e da realidade social. No entanto, quando transformada em gesto, as concepções do PPP e a prática pedagógica continuam alicerçadas e reforçadoras do modelo biomédico fragmentador. Essa prática demonstra a postura política construída e materializada nesse espaço de aprendizagem, que vem reforçando as desigualdades sociais e o modelo biomédico, fragilizando o SUS pensado pelo MRSB. O fato anterior demonstra o papel central que o conhecimento técnico teve ao longo da história da saúde/enfermagem e que hodiernamente ainda se sustenta, apesar de avançar-se nas políticas públicas de saúde e nas políticas de educação para a saúde/enfermagem. Compreende-se aqui que a concepção desvirtuada de formação política apresentada enquanto resultado nessa pesquisa vem enfraquecendo a (co)responsabilidade do papel transformador da enfermagem da realidade social. Desta feita, é premente a necessidade debruçarmo-nos sobre as bases teórico-metodológicas que norteiam o processo de formação do enfermeiro. Destarte, entende-se a necessidade de aclarar as concepções sobre formação política na/para a enfermagem, compreendendo-a enquanto resultado de um projeto de sociedade que verse sobre a equidade dos modos de andar a vida dos sujeitos, entendendo este enquanto direito de todos.


Palavras-chave


Formação; Política; Educação em enfermagem.

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