Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: UM CAMINHO EM CONSTRUÇÃO
LÍVIA CRISTINA SIQUEIRA GARCIA, KENIA GONDIM LEMOS, LÊDA MARIA DE MEDEIROS HANSEN

Última alteração: 2015-10-26

Resumo


Nesse relato de experiência buscaremos evidenciar o processo de deflagração da Educação Permanente (EP) no Centro de Reabilitação Infantil e Adulto em Natal/RN, em superação a concepção hegemônica tradicional de reuniões informativas para uma concepção mais construtivista, ordenadora de um processo formativo, de transformação dos processos de trabalho e das suas relações. Para alcançar tal transformação, buscamos desenvolver espaços coletivos de debate inclusivos (rodas de conversa), de problematização sobre o nosso cotidiano da atenção e da gestão, tendo como meta a crítico-reflexão e a construção de um despertar para novas práticas de saúde, observando sempre os desafios da Integralidade, da Humanização e da Corresponsabilização como premissas.

Norteando as ações de ensino-aprendizagem utilizamos como estratégias as Metodologias Ativas, as teorias interacionistas, a aprendizagem baseada em problemas, a reflexão a partir da prática, a dialógica e a avaliação formativa. Assim, o Ensino-Problematizador é capaz de disparar análises crítica sobre a realidade, implicando no modus operante de Ação/Reflexão/Ação.

Nossos encontros ocorrem mensamente com todos os servidores em dois turnos. De início a orientação foi elucidada por uma análise diagnóstica, que evidenciou alguns determinantes e condicionantes do serviço, onde estes foram agrupados em macroproblemas e/ou ações chaves. Em seguida a estruturação dos encontros foram orientadas por tais capacidades agrupadas sendo priorizadas aquelas que causariam maior melhoria no serviço e que menos dependeriam de fatores externos a instituição (burocracia, política, etc).

Nesses espaços coletivos para discussão, contamos com o apoio de alguns facilitadores de aprendizagem, pois existe a necessidade de se fazer divisões com rodas de conversa em menor número de participantes, a fim de, fortalecer a comunicação, a escuta, o trabalho em equipe, valorizando suas vivências, os pensamentos e os saberes de cada integrante da roda. Antes de cada encontro os Facilitadores participam de um ou dois encontros de formação que resultam da própria avaliação da EP, seu planejamento e preparação.

Como resultados, já podemos evidenciar, as trocas de saberes e experiências durante as rodas e ainda, enfatizar uma superação da fragmentação nos processos de trabalho, uma vez que, a EP direcionou para a instalação da Cogestão, sendo essa a nova pratica desenvolvidas pela Instituição. Nesse interim, temos a convicção de que os questionamentos sobre nosso processo de EP e de trabalho são processos de construção, inacabados e permanentes.


Palavras-chave


EDUCAÇÃO PERMANENTE; METODOLOGIAS ATIVAS; COGESTÃO

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 64 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 9)

CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.161-77, set.2004/fev.2005

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