Rede Unida, Encontro Regional Nordeste I 2015

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Territorialização versus “rualização”: experiências de estudantes de Medicina e trabalhadores da saúde frente ao desafio de repensar o território sob novas perspectivas
Pedro Silvério Gomes, Isadora Priscila de Oliveira Sizenando, Luana Emília Fonseca Alves, Heloísa Alves dos Santos, Lucas Pereira de Melo

Última alteração: 2015-10-29

Resumo


No contexto da Estratégia de Saúde da Família, o território é “vivo” e “usado”, e o ponto de partida para a ação local. Dessa forma, os estudantes de Medicina da UFRN, campus Caicó, iniciam suas experiências de inserção na atenção primária à saúde, desde os anos iniciais do curso, conhecendo o território da comunidade com a qual se vinculam e atuam. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de oito estudantes do 1º ano de Medicina no processo de territorialização em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Caicó-RN. Descrição da experiência: as atividades ocorreram nos meses de agosto e setembro/2015, nas terças-feiras pela manhã, durante o módulo de Introdução ao Estudo da Medicina, eixo Comunidade. Ações realizadas: semana 1 - caminhada para reconhecimento do território (estudantes, docente e agente comunitária de saúde- ACS); semana 2 - aula expositiva sobre território e territorialização; semana 3 – visita à USF para conhecimento e caracterização de sua estrutura e funcionamento; semana 4 – revisão e discussão do mapa do território entre estudantes, equipe e docente; semana 5 – produção coletiva, discussão final e fixação do mapa na USF. Resultados alcançados: construção coletiva do mapa do território com sua revisão, atualização e reflexão. Repercussões da experiência: para a equipe de saúde, a experiência possibilitou repensar o território, disparar reflexões e questionamentos sobre o processo e a gestão do trabalho em saúde. Além disso, a construção coletiva do mapa desvelou conflitos e resistências entre alguns ACS e demais membros da equipe, demonstrando a existência de um processo de “rualização” em detrimento ao de territorialização. Tal processo de “rualização” é devido à divisão do território entre os ACS por ruas não contíguas, promovendo a inexistência de microáreas. Os estudantes puderam conhecer o dinamismo do território, as potencialidades e tensões que cercam a territorialização e o trabalho em saúde no contexto estudado. Por fim, destaca-se a relevância dessas ações para o fortalecimento da integração ensino-serviço-comunidade.

Palavras-chave


Educação médica; Território; Integração ensino-serviço-comunidade; Gestão do trabalho em saúde.