Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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O PROTAGONISMO DE SER GESTOR DA CLINICA
Elenita Sureke Abilio, Maria José Jesus Alves Cordeiro, Marcia Regina Martins Alvarenga

Última alteração: 2015-02-19

Resumo


Introdução : A formação em saúde assume o grande desafio de preparar profissionais com competência técnica e política, dotados de conhecimento não só técnico, mas de percepção e sensibilidade para as questões da vida e da sociedade, devendo estar capacitados para intervir em contextos de incertezas, complexidades e singularidades. Este relato apresenta a experiência no Curso de Especialização em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde finalizado em 2014. Senti-me inspirada pela proposta de uma nova formação para desenvolver as competências para o aperfeiçoamento do trabalho em saúde, assumindo a identidade de gestora e difundindo na minha prática a gestão da clínica como estratégia para a possibilidade de ampliar o acesso focado na integralidade do cuidado. Descrição da experiência: Estar inserida no curso de especialização em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde despertou-me para as potencialidades que estavam adormecidas ou solitárias e o impulso para avançar nas práticas do trabalho em saúde foi o investimento nas três áreas de competências que foram direcionadas nesta formação. Impactos: De toda a vivência no curso, de todos os desafios, do exercício da construção coletiva, das experiências compartilhadas, do conhecimento dividido, afirmo a potencialidade de me (re) afirmar como militante do SUS que dá certo. As descobertas durante o curso foram muitas e a cada encontro eu saia mais evoluída tecnicamente e muito mais subjetivamente. Foram oportunizadas novas capacidades na arte de aprender e ensinar, habilidades e competências para a gestão e para a intervenção nos meus cenários de prática. Se pensarmos na indissociabilidade entre a formação, a atenção e a gestão para as práticas em saúde, nas áreas de competências desta formação estas também estão indissociadas. Em algumas situações para aperfeiçoar-me na competência de Gestão subia uma escada imaginária para visualizar o território com o olhar macro necessário quando falamos em saúde coletiva com um conceito ampliado de saúde e investir na produção da rede para além da oferta de serviços, do cumprimento de metas técnicas e na organização de serviços burocráticos. Em outras situações me aperfeiçoava no núcleo da minha prática para aperfeiçoar a competência da Educação associando teoria a pratica, ainda afirmando a construção coletiva como potência, e o campo da saúde, focado na multiprofissionariedade como marco para o cuidado em saúde, e incluindo os diversos saberes, ainda buscando evidências científicas para o meu aperfeiçoamento técnico. Considerações finais: Este não foi apenas mais um processo de formação, mas o começo um novo processo, impulsionada pelo que vivenciei e pelo que me constitui como trabalhadora de saúde, usuária e gestora: a luta por uma política de saúde com mais integralidade. Mais do que estudar, pesquisar, relacionar, explorar e avançar com esta formação com um conteúdo subjetivo, através do desafio dessa nova metodologia me ensinou a colocar uma pitada de poesia, de música, de sensibilidade, de utopia, de sonho, de arte, de autenticidade e de tantos outros recursos que trouxeram de mim mesmo a preciosidade do amadurecimento profissional que marcaram a trajetória de aprendizagem neste curso.


Palavras-chave


Formação em Saúde; Gestão da Clínica; SUS

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