Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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Realidade e Autonomia: Arco de Maguerez no planejamento do processo de trabalho de estagiárias do curso de enfermagem
Rejane Antonello Griboski, Silvéria Maria dos Santos, Dilza Holland Martins, Ana Carolina Peregrino de Freotas, Gabriela Lisboa

Última alteração: 2014-11-08

Resumo


Introdução

Trata-se de um relato de experiências que objetivou compartilhar as vivências na elaboração do plano de trabalho na enfermagem com ênfase na metodologia de problematização e o Arco de Maguerez1. As novas tendências pedagógicas apontam para a formação do profissional crítico-reflexivo transformador da realidade social ao minimizar injustiças e desigualdades2. O Estágio Supervisionado 2 do Curso de Enfermagem da Universidade de Brasília distribuído nos cenários da atenção básica e especializada, possibilita a construção de competências, integração, mobilização e organização de um conjunto de conhecimentos na resolução de problemas vivenciados.  As estagiárias têm relação direta com seu processo de aprender.

Descrição da experiência

Escolha dos cenários no processo de cuidar da mulher (Pré-natal, Centro Obstétrico e Maternidade do Hospital Universitário de Brasília), três preceptoras. As estagiárias elaboraram um plano geral do processo de trabalho a partir das cinco etapas do Arco de Charles Maguerez. O tema proposto: ações de enfermagem no atendimento às mulheres durante a gravidez, parto, pós-parto e recém-nascido. Na primeira etapa – observação da realidade – após uma observação atenta da realidade, elas problematizaram os aspectos relevantes e utilizaram as experiências adquiridas relacionadas com o tema. Na segunda etapa – identificação dos pontos-chave – elas organizaram o pensamento, descreveram informações dos serviços, selecionaram,  realizaram um levantamento dos pontos principais em uma análise reflexiva e de compreensão de problemas reais. As docentes conduziram o processo ao estimular, apoiar e valorizar as iniciativas. Ao contato com aspectos relevantes foi possível desencadear o acesso e aprofundamento teórico, dando início ao terceiro passo do Arco de Maguerez – a teorização – que consistiu na compreensão do problema a partir da participação ativa3. A busca na bibliografia baseada em evidências científicas possibilitou apreensão do conhecimento, dos princípios teóricos. Na quarta etapa – identificação de hipóteses de soluções – elaborou-se alternativas para solucionar os problemas abordados. A teorização instrumentalizou-as e sentiram-se mais confiantes e co-responsáveis pela construção do conhecimento e reorganização das atividades.  A quinta etapa – aplicação da realidade –apresentação do trabalho desenvolvido no estágio aos profissionais de saúde, preceptoras e docentes, soluções viáveis, a tomada de decisões, a ação-reflexão-ação, aperfeiçoaram suas habilidades e efetivaram a sistematização da assistência de enfermagem. As preceptoras contribuíram para a transformação da realidade delas.   

Impactos

Aprimorar as competências requeridas para formação do enfermeiro a partir da inserção na realidade do mundo do trabalho. Articulação da teoria e prática, estímulo à autonomia, responsabilidade, liberdade, criatividade e compromisso. Uma prática inovadora no processo ensino-aprendizagem que contribuiu na formação de um profissional critico-reflexiva, entrosamento com o pessoal dos serviços de saúde, que darão continuidade das ações desenvolvidas. Que o enfoque pedagógico da problematização possibilite futuros profissionais a tornarem-se agentes de transformação social.

Considerações finais.

A responsabilidade pela própria aprendizagem favoreceu o desenvolvimento do pensamento crítico, a aprendizagem e a promoção da autonomia. As metodologias ativas e inovadoras que possibilita repensar e reconstruir as próprias práticas pedagógicas e assistenciais foi significativo para todos os envolvidos.

 


Palavras-chave


Aprendizagem Baseada em Problemas; Estágio Clínico; Enfermagem

Referências


1. Prado ML, Velho MB, Espíndola DS, Sobrinho SH, Backes VMS. Arco de Charles Maguerez: refletindo estratégias de metodologia ativa na formação de profissionais de saúde. Esc. Anna Nery. 2012; 16(1):172-177

2. Rigon AG, Neves ET. Educação em saúde e a atuação de enfermagem no contexto de unidades de internação hospitalar: o que tem sido ou há para ser dito? Texto contexto - enferm.  2011; 20(4): 812-817.

3. Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev. esc. enferm. USP. 2012; 46(1): 208-218.