Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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Agentes Comunitários de Saúde e sua aproximação com usuários de álcool e outras drogas no PET-Saúde/Redes: as vozes dos sujeitos implicados
Rayssa Pereira Nacasato, Iolly Pereira Nacasato, Mariana Guimarães Vidal, Henrique Oliveira e Silva, Alessandro Diogo De Carli

Última alteração: 2014-11-08

Resumo


Introdução

O PET Redes UFMS, centrado no eixo: Enfrentamento do Álcool, Crack e outras Drogas, consiste na caracterização do território e levantamento do perfil epidemiológico, a fim de articular ações de matriciamento e intervenções de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (IESC) que respondam a demanda, enfocando a Redes de Atenção à Saúde (RAS) e qualificando a formação dos profissionais.

Nessa perspectiva, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), são um dos profissionais com o dever de orientar as famílias sobre a verdadeira dimensão do abuso de substâncias lícitas/ilícitas e das suas consequências, ensinando as pessoas a cuidarem e preservarem a sua saúde e, caso necessário, encaminhando os indivíduos para um atendimento especializado nos serviços da rede pública (Castanha & Araújo, 2006).

O ACS assume uma posição bidirecional, pois é residente na comunidade em que trabalha e, também, integrante da equipe de saúde, vivendo uma ambiguidade cercada de grande complexidade (Peres et al., 2011).

Objetivo

Realizar diagnóstico situacional da RAS na perspectiva dos profissionais ACS e traçar seu perfil com relação ao assunto de álcool e drogas na comunidade.

Metodologia

Esse estudo desenvolveu-se em uma Unidade de Saúde da Família de Campo Grande(MS), no período de março a junho de 2014.

Os sujeitos da pesquisa foram os 6 ACS desta equipe, que participam das atividades do projeto. A realização desse trabalho foi consequência da demanda identificada de, previamente ao início das atividades do PET, conhecer as perspectivas dos ACS em relação à problemática.

A técnica de investigação escolhida foi entrevista semiestruturada. Efetuaram-se as gravações em áudio, as quais foram transcritas para análise minuciosa.

Para tanto, utilizou-se metodologia qualitativa, pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC, cujas etapas de análise foram: leitura dos depoimentos, destaque das expressões–chave (ECH) e das Idéias Centrais (IC), e a construção do DSC, redigido na primeira pessoa do singular e composto pelas ECH que têm a mesma IC (Lefèvre et al., 2000).

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o protocolo 545.606

Resultados

Através da análise dos dados foram obtidos seguintes eixos norteadores (DSC):

  • Visão do ACS sobre a importância do seu trabalho junto à comunidade;
  • Entendimento da questão do álcool e outras drogas na comunidade;
  • Correlação entre saúde, álcool e drogas;
  • Dificuldades para abordar e trabalhar o assunto no cotidiano, os quais balizarão a problematização da discussão.

A percepção dos ACS sobre a temática no cotidiano do serviço de saúde é bastante cautelosa e restrita. O profissional prefere não abordar o assunto, mesmo que identifique a necessidade, limitando suas intervenções apenas a manifestação voluntária do usuário.

Conclusão

Constata-se que são necessárias práticas multiprofissionais para modificação dessa realidade e capacitação dos ACS promovendo confiança e conhecimento técnico para tratar com mais propriedade desses assuntos.

A vivência dessas questões pelos estudantes, tutores, preceptores e equipe de saúde envolvidos na pesquisa foi essencial para o processo formativo. A partir disso, experimentamos, na prática, a problemática envolvida no trabalho em equipe multiprofissional e o desafio da busca pela integralidade de ações de saúde voltadas para demandas sociais relevante.

 


Palavras-chave


Agente Comunitário de Saúde; PET Redes; Redes de Atenção a Saúde

Referências


CASTANHA AR, ARAÚJO LF de. Álcool e agentes comunitários de saúde: um estudo das representações sociais. Psico-USF. 2006; v. 11(1):85-94.

PERES CRFB, CALDAS-JUNIOR AL, SILVA RF, MARIN MJS. O Agente Comunitário de Saúde frente ao processo de trabalho em equipe: facilidades e dificuldades. Rev Esc Enferm da USP. 2011; 45(4):905-11

LEFÈVRE F,; LEFÈVRE AMC, TEIXEIRA JJV. O discurso do sujeito coletivo: uma nova abordagem metodológica em pesquisa qualitativa. EDUCS, 2000.