Última alteração: 2014-11-07
Resumo
Introdução: O projeto do Curso de Especialização em Gestão em Saúde no Sistema Prisional foi desenvolvido em parceria com o Ministério da Justiça/Depen, Fiocruz Mato Grosso do Sul e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de formar trabalhadores da atenção e gestão para o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde da população privada de liberdade, considerando as especificidades do contexto e da população alvo.
O desafio foi situar os estudantes trabalhadores no marco teórico conceitual do SUS e da nova Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da população privada de liberdade para conscientização do seu direito e necessidade à saúde.
Esse relato de experiência aborda a reflexão sobre as práticas por meio da elaboração do Projeto de Intervenção, um recurso dinâmico que visa forma para intervir na realidade de trabalho de forma ativa, efetiva e ressignificativa.
Descrição da Experiência: A concepção pedagógica do curso fez uso das Metodologias Ativas de Ensino na modalidade à distância. A ação tutorial se desenvolveu em três movimentos: primeiramente a oferta de conhecimento sobre o ideário do SUS e políticas transversais; em segunda instância os estudantes eram convidados à problematização do processo de trabalho, de modo a comparar o ideal e o real, identificando as lacunas a serem enfrentadas; finalmente foi solicitado a elaboração de planos de ação e/ou projetos de intervenção.
O Projeto de Intervenção foi adotado como Trabalho de Conclusão de Curso e teve por objetivo incentivar a análise e intervenção através da percepção de novos modos de abordar e intervir sobre problemas antigos. As fases do PI foram organizadas em Análise Situacional, Aspectos Introdutórios, Análise Estratégica, Intevenção e Avaliação.
Impactos: Num primeiro momento a oferta de conhecimento sobre o SUS soou aos estudantes como uma utopia. No segundo momento os estudantes eram convidados a refletir sobre o trabalho e encontrar as lacunas entre o ideal e o real. Essa análise comparativa significou um momento de troca de saberes no ambiente virtual. A ação tutorial acolheu e orientou a construção de ações possíveis.
O terceiro momento proporcionou a organização das ações de efrentamento. Houve insegurança quanto à própria metodologia do PI, que teve que ser ensinada e aprendida na relação tutor/aluno. Além disso a priorização da segurança em detrimento da atenção à saúde significava um obstáculo, a princípio, intransponível. Ao longo do processo mediante discussão e trocas de experiências, as possibilidades e estratégias foram sendo construídas.
Considerações Finais: A experiência de Ensino Aprendizagem no Curso de Especialização em Gestão em Saúde no Sistema Prisional possibilitou a concretização de princípios de formação/intervenção por meio da análise dos processos de trabalho em saúde no Sistema Prisional.