Introdução: Na enfermagem, o processo de trabalho subdivide-se no cuidado, gerência, pesquisa e ensino. No processo gerencial a (o) enfermeira (o) tem como objetos de trabalho os recursos humanos e a organização do serviço (KURCGANT, 2010). Fernandes et al. (2010), pontua a gerência como sendo ferramenta importante para tornar efetivas as Políticas de Saúde, sendo assim o gerente tem o papel de resolver problemas, dimensionar recursos para o serviço e planejar estratégias para sua aplicação, tudo isso baseado em diagnósticos situacionais. No contexto da Atenção Primária o gerente tem grande partipação na identificação dos problemas de saúde e na busca de soluções para os mesmos, reorganizando as práticas de saúde no serviço.

Descrição da experiência: Durante a Prática Específica do módulo Administração e Organização dos Serviços de Saúde II do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, desenvolvida na Unidade Básica de Saúde da Família Dr. Walfrido Ferreira de Azambuja – Alves Pereira, vivenciamos o desenvolvimento de atividades administrativas do gerente que por sua vez, tem a formação em enfermagem. A prática propiciou uma reflexão sobre as teorias da administração, gerenciamento da assistência, dimensionamento de recursos materiais e humanos, organização do serviço e liderança. Observamos que o fato de gerenciar muitos anos o mesmo local de trabalho pode apresentar aspectos facilitadores como por exemplo: saber lidar com os problemas do dia-a-dia em relação à falta de materias e como negociar com os órgãos de maior hierarquia para manter a unidade em pleno funcionamento. Por outro lado, essa mesma experiência carrega a maneira clássica de gerenciar, criando um ambiente autocrático e hierárquico, não condizente com os princípios do SUS. Isso reflete no funcionamento da unidade onde percebemos problemas de comunicação entre os membros da equipe, diferenciação no tratamento dos funcionários, desvalorização das reuniões de equipe e um não conhecimento acerca da importância dos indicadores de saúde.

Impactos: Enquanto acadêmicas de enfermagem, aprendemos que uma gestão deficiente altera todo o processo de trabalho, interferindo assim no atendimento aos usuários e nas relações interpessoais dos membros da equipe.  Nos impressionou o quanto a equipe acolheu o nosso trabalho que consistiu em sugerir mudanças na organização e rotinas da Unidade. O gerente sentiu-se confortável também para expor algumas deficiências do seu próprio processo de trabalho, nos mostrando assim o quanto é complexo atuar na gerência de uma unidade de saude.

Considerações finais: No início das atividades de administração em enfermagem não compreendíamos ao certo a necessidade de tal matéria, porém ao observar o dia-a-dia de uma instituição de saúde ficou claro o quanto é importante usar das ciências administrativas para organizar o serviço. Percebemos o quanto é necessária a figura de um administrador e de um líder, para que o serviço possa oferecer uma assistência com qualidade e resolubilidade.