Última alteração: 2014-11-09
Resumo
Introdução: A tuberculose latente atinge um terço da população mundial. Entre esses 5% a 10% poderão evoluir para forma ativa. A detecção da tuberculose latente (TBL) deve ser feita ainda na atenção primária, aumentando a identificação precoce e diminuindo o risco de desenvolvimento da tuberculose. Objetivos: Descrever as características clínico-epidemiológicas de pacientes com diagnóstico de TBL atendidos em Serviço de Atenção especializado (SAE) da UFMS. Método: Estudo retrospectivo, feito com pacientes identificados a partir do livro de registro de resultado de prova tuberculínica (PT) e do controle de dispensação de isoniazida pela farmácia do Hospital Dia Professora Esterina Corsini.Foram incluídos pacientes com diagnóstico de tuberculose latente (prova tuberculínica ≥ 10mm e ≥ 5mm para paciente com HIV) ou que fizeram uso de isoniazida atendidos entre os anos de 2008 e 2012 neste hospital.Foram excluídos pacientes com a forma ativa da doença. Resultados: Dos 65 pacientes selecionados, 54 tiveram PT reator. 54% eram do sexo masculino, a faixa etária prevalente foi entre 47- 59 anos, a média de idade foi de 45,8 e a escolaridade prevalente foi entre 0-6 anos de estudo. 72% eram HIV positivos. Possuíam alguma comorbidade 60%, 75% fizeram uso de isoniazida, 48% eram ou já foram fumantes, 43% eram etilistas, 6% possuíam HBV e 8% HCV.A terapia antiretroviral ( TARV) foi indicado para 90% dos pacientes com HIV. Vieram à óbito 3 pacientes, dois por choque séptico e um por complicações cirúrgicas. Dois pacientes evoluiram para forma ativa da doença, ambos HIV positivos, e não receberam tratamento. Apenas 20 pacientes tiveram o escore de abandono do tratamento baixo (entre 0 e 5 pontos). Conclusão: Predominam pacientes do sexo masculino, com comorbidades, etilista e/ou tabagista, entre 47-59 anos, HIV positivo e de baixa escolaridade. Sendo a tuberculose a doença oportunista mais prevalente e uma das principais causas de morte no paciente HIV positivo e que o tratamento da TBL é de grande importância para o controle da forma ativa, esforços dos serviços de saúde devem ser tomados para ampliar a testagem e tratamento desta forma da doença.