Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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Grupos de terapêutico no CAPS-AD: um relato de experiência.
Camila Bartolomei Silva, Brenda Queiroz Souza, Daniely Francyely de Lucca Vanoni, Alessandro Diogo Carli, Thaicy Bruning Vieira

Última alteração: 2014-11-08

Resumo


Introdução: O assustador crescimento do uso de drogas no mundo todo está contextualizado pelas características do mundo pós-moderno que é marcado por diversas mudanças de costumes e valores em vários setores do cotidiano, especialmente no que diz respeito ao comportamento. Assim, tal fenômeno, com suas repercussões sociais, físicas, biológicas e psicológicas no individuo e no meio familiar, constitui-se num considerável problema de saúde pública (SOUZA, KANTORSKI, 2009). O uso de álcool e drogas é classificado como doença mental, principalmente por conta das contribuições da psiquiatria e da psicanálise, a toxicomania passa a ser alvo das mesmas intervenções que marcam o processo de reforma psiquiátrica no Brasil, que visa implantar um novo paradigma de atenção à saúde mental, que orienta até hoje a prática nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) (MORAES, 2008). A implantação dos chamados CAPS-AD, específicos para tratamento dos problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas, tem sido a prioridade da atual política de atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas, do ponto de vista do tratamento (MORAES, 2008). Descrição da experiência: A experiência deu-se através da observação de dois acadêmicos de enfermagem e uma de farmácia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) no período de seis meses em reuniões de grupo de dependentes químicos no CAPS AD. Essa experiência está inserida no contexto do projeto de extensão PET REDES (Programa de Extensão para o Trabalho), ocorrendo as práticas uma vez por semana e sendo supervisionadas pela enfermeira do serviço que é preceptora do PET. As práticas ocorreram através de reuniões de grupo com os pacientes e buscou-se criar um vínculo com estes e fazê-los participar efetivamente das discussões. Nessas reuniões foram desenvolvidas dinâmicas em grupo que envolviam temas como sonhos e objetivos, personalidade e diferenças, dificuldades no tratamento e obstáculos a serem superados. Procurou-se trabalhar com metodologias como desenhos, jogos, conversa terapêutica e tudo aquilo que fosse capaz de estimular a curiosidade e atenção dos participantes. Impactos: As atividades realizadas acrescentaram muito à formação profissional e pessoal, sendo atividades de encontro, diálogo, desejos, histórias as quais proporcionam convivência com as diferenças, experiência, capacidade de criar, ensino e multiplicação dos saberes. O vínculo e a dinâmica das atividades foi muito relevante, pois afastava o constrangimento e medo da exposição. Percebe-se que a reunião é o momento em que o dependente sente-se a vontade para expor e compartilhar suas dúvidas, dificuldades, alegrias e conquistas.  Considerações finais: A oportunidade de desenvolver um trabalho como este durante a graduação nos fez abrir a mente a respeito do tema álcool e drogas, que precisa receber mais atenção dos profissionais da saúde em geral.


Palavras-chave


Saúde mental; saúde pública; CAPS-AD

Referências


SCHNEIDER, Daniela Ribeiro; LIMA, Dálberti Sciamana de. Implicações dos modelos de atenção à dependência de álcool e outras drogas na rede básica em saúde. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 42, n. 2, pp. 168-178, abr./jun. 2011.

ALVES, Vânia Sampaio. Modelos de atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas: discursos políticos, saberes e práticas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.25, n.11, p.2309-2319, nov, 2009.