O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma iniciativa do Ministério da Saúde em conjunto com o Ministério da Educação, e tem por objetivo realizar as práticas de educação em saúde, construções compartilhadas de saberes para realizar uma aprendizagem significativa. É constituído por 3 componentes, sendo o primeiro Avaliação clínica e psicossocial, o segundo – Promoção e Prevenção à Saúde e o terceiro Formação e Capacitação de Multiplicadores.

Este relato terá enfoque no 2º componente, onde trabalhamos com a Saúde e Prevenção nas Escolas com alunos do 6º e 7º ano da Escola Municipal Abel Freire, pois entende-se que a escola é um local privilegiado para promoção da saúde, visto que tem potencial para formar sujeitos críticos e autônomos, aptos a fazer uma reflexão acerca dos problemas da comunidade e a propor ações para resolvê-los.

As ações desenvolvidas abordaram os temas Gênero , Álcool e outras Drogas em duas ocasiões, na primeira oficina foi utilizada a criação de crachás para a apresentação dos alunos e dos facilitadores para que pudéssemos  criar vínculo entre todos. Especificamente sobre o tema foi feita a dinâmica “Concordo e Discordo”, onde frases, conceitos e exemplos foram levadas até eles, para que pudessem se posicionar quanto ao assunto; para nossa surpresa a maioria dos alunos tinham opinião formada sobre o tema, e possuíam  um conhecimento amplo sem muitas indagações sobre Gênero.

Ao abordarmos o tema Álcool e outras Drogas utilizamos de recursos  como tempestade de idéia, onde eles expressam  seus conhecimentos sobre o que é, quais os efeitos, e tudo que era relacionado ao assunto. Expostos os conceitos, confeccionamos a “Droga Imaginária”, onde os alunos em grupo inventaram uma droga, colocando as suas características como: cheiro, gosto, efeitos gerais e colaterais, tempo de duração, preço para venda, e a imagem da droga foi realizada com massa de modelar. Após o término todos apresentaram suas drogas e finalizamos conceituando e mostrando as consequências.

Essas ações nos mostraram que os alunos apesar da faixa etária, considerados novos, possuem um saber muito mais amplo sobre os temas do que imaginávamos, nos relataram diversos exemplos vivenciados próximos a realidade de cada um, com vizinhos, familiares e até mesmo pai e mãe. Falaram sobre drogas que nós como facilitadores não conhecíamos.

Tendo como exemplo os impactos relatados, percebemos a importância da prevenção e da promoção de saúde nas escolas, onde os alunos encontram-se em uma fase de formação de caráter e de escolhas, justificando a necessidade de uma ferramenta social que os ajude a se tornarem cidadãos críticos e autônomos em suas escolhas.