Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Concepções de saúde e doença entre estudantes participantes da orientação acadêmica e profissional de um curso superior de saúde
Adailton Conceição de Souza, Maria Thereza Ávila Dantas Coelho

Última alteração: 2016-01-20

Resumo


Introdução: De tempos em tempos, a Universidade tem sido questionada sobre a sua função e relevância social. Nos últimos anos, as transformações políticas, sociais, culturais e econômicas lhe têm impactado, modificando, assim, sua estrutura, seu modus operandi e suas concepções pedagógicas e curriculares. A Universidade ainda é o espaço de formação para muitos profissionais do campo da saúde. Sendo assim, as concepções dos cursos repercutirão, de alguma forma, nas práticas daqueles que estarão nos serviços de saúde. No modelo de formação interdisciplinar, proposto pelo Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, argumenta-se a necessidade de novas maneiras de se pensar os processos de saúde/doença, bem como de construir dispositivos institucionais, a exemplo da orientação acadêmica e profissional, além de disciplinas curriculares, que possibilitem afiliação intelectual e institucional. Objetivo: Analisar, através do espaço de orientação acadêmica e profissional, as concepções estudantis acerca dos processos de saúde-doença. Metodologia: Este estudo trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa, a partir das contribuições da etnopsicanálise e da escuta participante, realizada no grupo de orientação acadêmica e profissional. Para efetivação da mesma, utilizou-se também entrevista semiestruturada com alunos do BI em Saúde participantes do grupo. Resultados e discussão: Dentre as temáticas surgidas no grupo de orientação acadêmica e profissional, algumas tem relação com as mudanças nas percepções sobre as concepções de saúde e doença, que vão na contramão dos saberes construídos nos processos de socialização via senso comum. Alguns alunos relataram a ampliação do entendimento de como os processos de saúde-doença ultrapassam a lógica estritamente biologizante. Relatou-se como disciplinas do campo das artes e de humanidades têm contribuído para a mudança de olhar em relação à futura atuação profissional. Estágios, a exemplo do “Vivência SUS”, proposto pela Escola Estadual de Saúde Pública, são vistos como essenciais na construção da identidade laboral do futuro Bacharel em Saúde, principalmente no que tange aos diálogos com as profissões tradicionais do campo da saúde e seus profissionais, que pouco conhecem essa nova formação. Conclusão: O novo modelo de formação tem contribuído para a construção de um novo perfil profissional atento às novas demandas sociais. Dessa forma, confirma-se a necessidade de continuação das mudanças que têm possibilitado uma nova formação capaz de impactar as relações que serão tecidas no cotidiano de trabalho com os usuários dos serviços de saúde, em especial aqueles que se utilizam da rede pública. Palavras-Chave: Formação em Saúde. Orientação acadêmica e profissional. Afiliação.

Palavras-chave


Formação em Saúde. Orientação Acadêmica e profissional. Afiliação

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