Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Educação Superior e permanência na universidade: análise das condições de vida, trabalho e saúde dos estudantes do curso de serviço social na UFBA
Magali da Silva Almeida, Maiana Santos de Araújo, Adriana Freire Pereira Ferriz

Última alteração: 2015-11-30

Resumo


O presente artigo é fruto de reflexão da equipe da Coordenação de Estágio do Curso de serviço social da UFBA e tem como objetivo apresentar o resultado da análise da incidência dos fatores socioeconômicos, do racismo, do sexismo e lesbo-homo-transfobia no processo saúde- doença dos estudantes do curso em tela. O estudo tem como referência o período de inserção dos estudantes nos campos de estágio e procura identificar como se dá o acesso à rede de saúde pública de Salvador quando essa necessidade emerge. Dada a complexidade das demandas estudantis aos Programas de Assistência nas Universidades Federais, o que temos observado é que nem sempre estes programas conseguem garantir uma cobertura plena dessas demandas, dentre elas a saúde mental.  O cenário institucional e das políticas públicas, na atual conjuntura, é caracterizado, neste trabalho, pelo desmonte das políticas públicas através da materialização do arrocho fiscal e privatização das políticas setoriais, dentre elas a saúde e a educação superior decorrentes do modelo de desenvolvimento neoliberal em curso. Estudos recentes apontam que estudantes dependentes de políticas públicas para sua permanência na universidade, principalmente nos períodos iniciais do curso, apresentam situações de ansiedade, depressão, pânico, uso abusivo de álcool e outras drogas até mesmo suicídio. Em muito, os processos de adoecimento mental expressam violações de direitos combinando opressões múltiplas e associadas às condições de vida e trabalho do estudante e de sua família. Nestes termos, o não atendimento de suas necessidades sociais e materiais, acompanhadas de relações sociais opressoras podem acompanhá-los no decorrer de sua trajetória acadêmica e torna-se fundamental o reconhecimento desses fatores para que seja garantida uma orientação acadêmica em uma perspectiva de totalidade. A ausência de estudos e pesquisas acerca do perfil discente do curso de serviço social (condições de vida, trabalho e saúde) nos motivou a realizar pesquisa qualitativa, privilegiando as seguintes fontes: i) Primárias: processos de pedido de trancamento ao colegiado do Curso de Serviço Social e fontes orais entrevistas e reuniões com os estudantes; ii)  Secundárias: artigos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e Trabalhos de Conclusão de curso referentes ao tema produzidos pelo curso de serviço social da UFBA e outros afins.  Observa-se, no curso dessa experiência em andamento, ratificamos a importância e necessidade do reconhecimento dos fatores socioeconômicos e culturais no processo de saúde e doença dos estudantes no Ensino Superior brasileiro, quando primamos por um projeto de educação libertário, onde o processo de orientação acadêmica que dê voz ao estudante e o reconheça com o sujeito do processo. 

Palavras-chave


Educação superior; Permanência; Condições de vida; saúde