Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO CLÍNICO PARA ATENDIMENTO À INFERTILIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
ANDREZZA ALVES DIAS, ESCOLÁSTICA REJANE FERREIRA MOURA, LLIDIANE NOGUEIRA REBOUÇAS

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: Infertilidade é definida como incapacidade do casal em alcançar concepção após um ano de relações sexuais (pelo menos duas vezes por semana) sem o uso de métodos anticoncepcionais. Na Atenção Básica à Saúde (ABS), constata-se demanda de pessoas com queixas de infertilidade, porém os profissionais de saúde que atuam nesse nível da atenção, em geral, apresentam baixo conhecimento para realizarem o manejo dessa clientela. Sabendo-se que protocolos são ferramentas que padronizam o cuidado e favorecem a qualidade das ações, objetivou-se desenvolver um protocolo clínico para a assistência de Enfermagem à infertilidade na ABS e avaliar a qualidade deste. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Pesquisa de desenvolvimento ou tecnológica, desenvolvida de janeiro de 2013 a março de 2015, em 10 etapas. A definição do conteúdo foi obtida através da técnica de brainstorming, da qual participaram enfermeiros assistenciais, docentes e usuários de serviços de planejamento familiar. Para fundamentar o conteúdo, foram realizadas revisões integrativas e a classificação das evidências científicas seguiu o Oxford Centre for Based Medicine. A criação de ilustrações e diagramação do material foi realizada por designer. A avaliação da qualidade do protocolo foi realizada por sete juízes, utilizando-se do instrumento Appraisal of Guidelines Research and Evaluation (AGREE II). Este apresenta 23 itens distribuídos em seis domínios, incluindo, ainda, uma avaliação global.  As pontuações atribuídas pelos juízes foram calculadas e analisadas à luz do AGREE II e apresentadas em tabelas e gráficos. Calculou-se o Coeficiente de Variação de Pearson (CVP) por domínios e a média por itens do AGREE II. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, conforme parecer nº 544.069/2014. RESULTADOS: Os juízes apresentaram tempo médio de formação de 15 e14 anos, tendo todos os juízes experiências na área de planejamento familiar (anticoncepção) e cinco referiram experiência também na área de planejamento familiar voltada à concepção. Quanto à avaliação da qualidade do protocolo, o domínio 6 (independência editorial) recebeu maior pontuação dos juízes (98,8%), mantendo-se também maior ou igual a 90,0% os domínios 1 (escopo e finalidade) e 4 (clareza da apresentação). O domínio 3 (rigor do desenvolvimento) atingiu percentual de qualidade de 89,3%, e o 2 (envolvimento das partes interessadas), 83,3%. O menor percentual recaiu no domínio 5 (aplicabilidade) com 79,2%, devido, principalmente, ao item 21, que avalia a existência de critérios para o monitoramento e/ou auditoria do protocolo. A análise do CVP demonstrou maior grau de dispersão dos percentuais de avaliação no domínio 5 (16,5%), devido à maior variação das pontuações atribuídas. Na avaliação global, seis juízes atribuíram pontuação 7 “qualidade mais alta possível” e, apenas um, pontuação 6, atingindo 97,6%. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nenhum juiz fez oposição a recomendar o uso do protocolo. Sugere-se que pesquisas futuras possam realizar o monitoramento e/ou auditoria da implementação deste protocolo clínico.

Palavras-chave


Infertilidade; protocolos clínicos, atenção primária à saúde.