Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
AÇÃO SOCIAL PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE REALIZADA EM UMA COMUNIDADE DE FORTALEZA, CEARÁ: ATIVIDADE EXTRAMUROS
ANA CAROLINE LIMA VASCONCELOS, Pâmela Nóbrega Menezes, Jéssica Freire Rangel, Erilaine De Freitas Corpes, Kaline Barbosa Morais

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: As condições de vida atuais têm favorecido ao aumento na expectativa de vida, evidenciado em dados que indicam que a maior parte da população se encontra na faixa etária de juventude à velhice (Portal Brasil, IBGE, 2014). Esse aumento na longevidade demonstra que a população torna-se mais propensa a desenvolver doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, obesidade, dentre outras, que podem interferir na qualidade de vida antes mesmo de o indivíduo ter o diagnóstico de alguma delas. Diante disso, é importante que sejam estimulados hábitos de vida saudáveis, como alimentação e ingesta de água adequada, prática de atividades físicas, abstinência de álcool e tabaco. Visando diminuir esses riscos e proporcionar boas condições de saúde a essas pessoas. Os profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro, por acompanhar de forma mais ativa as condições de saúde do indivíduo, tanto na atenção básica como em outros níveis de atenção, secundários e terciários, deve estar ciente da importância de atividades educativas visando contribuir para a promoção de saúde. Sabendo disso, são necessárias que sejam promovidas ações que busquem despertar a população para refletir sobre a própria saúde, por meio de discussões, momentos de aprendizagem individual e coletiva e medidas que previnam doenças. Assim, a atividade realizada objetivou estimular o autocuidado e hábitos saudáveis de vida, instruir acerca das principais doenças crônicas, realizarem avaliação antropométrica, aferição de pressão arterial e teste de glicemia na comunidade de um bairro de Fortaleza, Ceará. DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE: O tema da atividade foi “Ação social com ênfase nos hábitos saudáveis de vida” foi realizado numa comunidade de Fortaleza, Ceará, no dia 30 de agosto de 2015, sob a coordenação de acadêmicas de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará, do 5º semestre, com auxílio da professora da disciplina Educação em Saúde e Ambiente - o interesse do grupo em planejar a ação social surgiu durante a disciplina. O propósito do grupo proponente foi dialogar com a população sobre hábitos saudáveis de vida, além de propiciar um ambiente de lazer e descontração, pois foram feitas doações de roupas e realizadas atividades de educação física, como dança e esporte. A meta da atividade foi sensibilizá-los sobre a importância do autocuidado, despertando reflexões individuais e coletivas acerca da saúde, entendendo-a como qualidade de vida em todos os aspectos: sociais, psicológicos, físicos, espirituais, econômicos, entre outros. Os métodos instrucionais utilizados foram: entrevista individual, explicações gerais e roda de conversa. O material disponibilizado para a população foi um panfleto confeccionado pelo grupo proponente, contendo informações relacionadas ao tema da ação social. Os assuntos discutidos com o público alvo foram: definições e sintomas das doenças crônicas; benefícios do autocuidado e dos hábitos saudáveis de vida; conceito de saúde; além de serem explicados todos os procedimentos a serem realizados. Assim, a intervenção buscou identificar o conhecimento prévio dos participantes, para que eles não compreendessem a ação como um ensino hierarquizado e vertical, mas sim, como uma aprendizagem mútua, com compartilhamento e respeito de saberes diferentes. Ao final da ação social, foram entregues questionários semi-estruturados para os participantes (a saber, 30 pessoas) discorrerem sobre sua percepção acerca da atividade. RESULTADOS E IMPACTOS: Os dados a serem apresentados e discutidos são referentes a uma entrevista semiestruturada realizada com 30 participantes. Dos 30 participantes entrevistados, 10 (33%) eram hipertensos, 9 (22%) eram diabéticos, 1 (11%) era tanto hipertenso quanto diabético e 10 (33%) não tinham nenhuma dessas doenças crônicas. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes são doenças crônicas que mudam de forma significativa a vida da pessoa, podendo estar relacionada a fatores genéticos ou aos maus hábitos de vida. Para que ocorra o controle dessas doenças é necessária a utilização de medicamentos, além da realização de mudanças no estilo de vida, como na alimentação e na prática de exercícios físicos. “A prevenção e o controle da doença são imprescindíveis e um desafio para profissionais de saúde, autoridades públicas e indivíduos hipertensos e diabéticos” (PIRES; MUSSI, 2008, p. 2258). Quando perguntados sobre a ingestão de bebida alcoólica e o uso de tabaco, 30 (100%) dos participantes afirmaram que não fazem o uso de tais drogas. Isso é um fator que ajuda na manutenção de uma melhor qualidade de vida, pois tanto o cigarro quanto a bebida alcoólica causam e agravam várias doenças. Dentre as doenças mais conhecidas estão o câncer de pulmão e de fígado. No entanto, somente 20 (66,6%) pessoas realizam atividades físicas, principalmente caminhadas e atividades realizadas pelo projeto dos bombeiros oferecido na cidade, enquanto 10 (33,3%) não realizam nenhuma atividade física por queixar-se de não terem tempo ou por se sentirem indispostas para tais atividades. A prática regular de exercício físico é fundamental para a promoção da qualidade de vida, sendo a caminhada uma das atividades mais indicadas, pois estudos comprovam que ela reduz em até 50% o risco de doenças cardiovasculares, além de prevenir hipertensão, colesterol alto e trazer melhorias para o condicionamento físico. Com a realização frequente de tais exercícios é importante que seja realizada uma maior ingestão de água para que sejam mantidos os níveis de hidratação. Com isso, 19 (55%) afirmaram beber mais de 2 litros de água por dia, 10 (33%) até 2 litros de água por dia e 1 (11%) menos de 2 litros de água por dia. Após a realização da entrevista os participantes puderam avaliar a atividade e todos afirmaram que a atividade foi ótima e satisfatória. Contribuindo bastante para que eles entendessem a importância da manutenção de uma boa qualidade de vida. Além dos formulários aplicados, os participantes receberam informações que facilitaram a sua compreensão sobre as doenças crônicas, seus impactos, dificuldades a serem enfrentadas e como tratar adequadamente a doença através de uma vida saudável. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a análise dos resultados, pôde-se perceber que as doenças crônicas que acometeram essa população estão muito relacionadas aos hábitos de vida. Mesmo sem realizarem a ingestão de bebidas alcoólicas ou fazerem o uso do cigarro, o número de pessoas com HAS e/ou DM ainda é alto. Logo, é fundamental sempre ressaltar a importância de bons hábitos de vida diários. Por ser um dos profissionais mais presentes para proporcionar tais conhecimentos, o enfermeiro, bem como os estudantes de graduação em Enfermagem – que devem estar inseridos nas realidades das comunidades para que saibam atuar enquanto profissionais – precisarão conhecer não só a patologia, mas também os hábitos e o estilo de vida do indivíduo, todos os fatores que estão relacionados a ele, como condições socioeconômicas, sanitárias, psicológicas, para que, então, possa realizar um cuidado mais completo e individualizado, contemplando o ser humano na sua totalidade.

Palavras-chave


ação social; enfermagem; universidade

Referências


OLIVEIRA-CAMPOS, et. al. Impacto dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis na qualidade de vida. Rev. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 3, p. 873-882, 2013.

PIRES, C.G.S.; MUSSI, F.C. Crenças em saúde para o controle da hipertensão arterial. Rev. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, n. 2, p. 2257- 2267, 2008.

PORTAL BRASIL, IBGE. Expectativa de vida dos brasileiros sobe para 74,9 anos, de acordo com IBGE. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/12/expectativa-de-vida-dos-brasileiros-sobe-para-74-9-anos-de-acordo-com-ibge>. Acesso em 22/09/15.