Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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USO DE TECNOLOGIA LEVE PARA O AUXILIO NO ATENDIMENTO A MULHER SURDA
GABRIELA SILVA SANTOS

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


INTRODUÇÃO: na vida acadêmica dos enfermeiros, dos médicos, ou até mesmo de outras especialidades a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), nunca foi introduzida de forma obrigatória para o cumprimento da grade curricular, onde um dos desafios que temos durante a nossa vida é a manutenção da saúde, prevenindo alguns possíveis problemas e cuidar daqueles que se instalarem. Sabendo que os princípios que regem o SUS são a equidade, integralidade e a universalidade e a assistência à saúde é fundamental para todos os seres humanos, e tendo como referência este pensamento e a convivência com pessoas surdas, que uma das autoras, sentiu necessidade de elaborar um instrumento que auxiliasse profissionais enfermeiros, a um atendimento mais qualificado às pessoas surdas. OBJETIVOS: Apresentar uma tecnologia leve que facilite o atendimento de enfermagem à mulher surda, por meio do estabelecimento de uma comunicação eficaz entre profissionais e a comunidade surda. Elaborando uma cartilha destinada ao atendimento de enfermagem à mulher surda a fim de incentivar o profissional a se qualificar para atender este público. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo metodológico realizado em Fortaleza/CE no período de agosto de 2013 a maio de 2014. Onde os dados foram apresentados mediante o conteúdo de uma cartilha. Os temas abordados incluem: surdez, preconceito versus conscientização, legislação do surdo, língua de sinais, legislação da Saúde da mulher no Brasil, Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, cuidados durante o atendimento de enfermagem e informações gerais acerca da cultura surda. A elaboração da cartilha se deu em quatro etapas, descritas a seguir: Primeira etapa: revisão de literatura, onde foi feita a seleção de artigos pertinentes ao tema e construção de planilha a fim de aperfeiçoar a organização dos dados da pesquisa; Segunda etapa: definição do conteúdo da cartilha, onde foi selecionado o que era mais relevante para o conhecimento do profissional enfermeiro, buscando um texto mais sucinto com linguagem simples, porém com relevância científica; Terceira etapa: elaboração dos layouts, onde foi feita a seleção de ilustrações de modo a favorecer a visualização das informações relatadas e tornar a cartilha mais atrativa e interativa com o leitor; Quarta etapa:  verificação ortográfica e impressão do material. Após a conclusão das pesquisas de textos relacionados, a seleção dos tópicos a serem abordados e a escolha das imagens, foi realizada a revisão de todo o conteúdo abordado na cartilha a fim de identificar erros ortográficos. Em seguida foi enviada para uma gráfica, a fim de que fosse verificado o layout e a impressão do material. RESULTADOS: o desenvolvimento de uma cartilha destinada às mulheres surdas tem como intuito discorrer sobre o conceito de surdez e a conduta do profissional de enfermagem diante de um paciente surdo, facilitando o atendimento e apresentando como peculiaridade situações como o que fazer e o que não fazer diante de uma consulta com o surdo, mas especificamente com a mulher surda, submetendo-se ser o sexo que mais procura por atendimento de saúde. A construção do material visa ajudar os profissionais de enfermagem, utilizando-se de abordagem dinâmica, por meio de figuras ilustrativas e curiosidades acerca da cultura surda com a finalidade de incentivar o aperfeiçoamento profissional para melhor assistir o público-alvo. O conteúdo a cartilha foi exposto em nove tópicos. O primeiro tópico foi à apresentação, onde foi descrito a proposta dos autores, para a criação da cartilha e questionamentos a cerca de seu contato com a comunidade surda ou, se ele estava preparado a prestar um atendimento humanizado. O segundo tema abordado foi à definição de surdez e a forma dela (congênita ou adquirida). O terceiro tópico trata sobre o preconceito versus conscientização. E relata um pouco da história do surdo como as dificuldades encontradas frente uma sociedade preconceituosa que os julgava como pessoas fora dos padrões “normais”, sendo isolados assim da sociedade. E, relata também, que a própria comunidade surda, passou muito tempo para entender a importância da comunicação por meio de sinais. O quarto tema proposto traz a legislação do surdo, contando de onde surgiu, a inspiração para a criação das Libras, mostra a lei que defende o uso da língua de sinais e trata como crime barrar ou retardar o uso desta. O quinto tema abordado foi a Língua de Sinais, instigando o profissional a aprender e mostrando a legislação que reconhece a Libras. Com o sexto tópico a Legislação da Saúde da mulher no Brasil, foi apresentada toda a legislação que defende os direitos da mulher, as políticas públicas e as conquistas. O Sétimo traz a Sistematização da Assistência de Enfermagem como um facilitador no atendimento a mulher surda, além de mostrar o passo-a-passo do atendimento. A oitava abordagem da cartilha descreve os cuidados durante o atendimento de enfermagem, estabelecendo as condutas para um bom atendimento e dicas que facilitem o entendimento da mulher surda e informações do que não se deve fazer, a fim de evitar constrangimentos. Para finalizar a cartilha, com o nono tema, trouxemos informações gerais sobre os surdos para que o profissional possa conhecer mais sobre a comunidade surda, essa parte da cartilha também contém informações como: senso demográfico e escolar, como funciona o telefone para surdos, a função do closedcaptions, a inserção das letras do alfabeto em sinais, dúvidas frequentes, os aplicativos que auxiliam na comunicação entre outras curiosidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: com o estudo foi possível concluir que as mulheres surdas enfrentam grandes dificuldades na busca de  atendimento, devido o desconhecimento e falta de experiência por parte dos profissionais. Com isso o cliente é forçado a levar um acompanhante, para a consulta, a fim de tentar estabelecer um diálogo com o profissional, o que muitas vezes pode como consequência causar constrangimento e a omissão de algumas informações relevantes para o diagnóstico. Outro fator que pode ser tido como dificultador do processo é o fato de que algumas vezes o próprio acompanhante não tem tanto conhecimento das Libras ou não compreende o que foi dito pelo profissional, não passando as informações necessárias e de forma correta. Sendo assim, a disciplina que ensina Libras na grade curricular dos profissionais da saúde, poderia ser incluída para que se tenha uma noção mínima, ou conhecimento suficiente para otimizar o atendimento e os resultados esperados. Outro motivo relevante do quão importante é conhecer Libras, foi quando uma das autoras do artigo teve contato com algumas pessoas surdas e a mesma não se sentiu confortável diante a situação, não sabendo como se comunicar e nem entendendo o que estava se passando.

Palavras-chave


Mulher; Surdez; Assistência à saúde