Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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O uso de tecnologias de nuvem para a organização e transmissão on air de um evento científico de saúde
Rita de Cássia Machado da Rocha, Paula Chagas Bortolon, Aliniana dos Santos, Fernanda Silva, Adriana Moraes, Maria Corina Amaral Viana, Nilton Bahlis dos Santos

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Trata-se de um relato de experiência do trabalho em equipe de organização e utilização das tecnologias interativas como whatsApp, facebook e transmissão on air, no I Congresso Norte e Nordeste de Saúde Baseado em Evidências (I Consebe). Os objetivos foram: promover o engajamento da equipe de organização do evento por meio das tecnologias interativas; conectar redes de conhecimento na área de saúde baseada em evidências. O I Consebe sucedeu nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2015, no Centro de Convenções do Cariri, destinado a estudantes, pesquisadores e profissionais interessados na prática baseada em evidências e pesquisas em Gestão, Avaliação e Inovação Tecnológica em Saúde. Uma realização da Universidade Regional do Cariri (URCA), do Grupo de Pesquisa de Tecnologias em Saúde do SUS (GPTSUS), com o apoio da Rede Brasileira de Avaliação Tecnologia e Saúde – REBRATS, Rede de Políticas Informadas por Evidencias - EvipNet, do Núcleo de Evidências da URCA, com o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado em Enfermagem) da URCA - Mestrado Profissional da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) URCA – Fiocruz e do Núcleo de Experimentação em Tecnologias Interativas (Next/Fiocruz). O Congresso foi organizado por uma professora, alunos de graduação em enfermagem e do mestrado da Universidade Regional do Cariri (URCA), contando também com profissionais em caráter remoto, coordenados pelo Next, que se empenhou em organizar as atividades na Internet, desde a assistência de elaboração de site, aplicativo, planejamento de mídia, criação do canal no Youtube até a transmissão do evento ao vivo via hangout. Os alunos foram divididos em comissões: a comissão científica era responsável pelos trabalhos que estavam sendo submetidos e os repassavam aos avaliadores; a comissão geral pelas demandas do evento; a comissão de divulgação era responsável pela divulgação na mídia e captação de alunos para o evento nas universidades; e a comissão de transmissão ao vivo ficou responsável pela transmissão do evento em tempo real, empregando o recurso "on air" do hangout. Para facilitar o planejamento e execução das atividades foram criados grupos no WhatsApp, um com todas as pessoas da organização do evento e outros específicos para cada comissão formada. Por meio deste aplicativo de mensageria assíncrona, se tinha uma comunicação ágil e conversas para resolver questões do evento. Coloca-se que a finalidade deste aplicativo seria o de desenvolver ações de articulação da equipe: como organização das atividades, avisos e planejamentos. Buscando garantir o trabalho colaborativo e interativo, além do acesso remoto a todo o material relativo ao Congresso, foi criada uma conta de e-mail no Gmail, sendo a mesma utilizada para a criação de um canal no Youtube, através do qual foram realizadas as transmissões on air das apresentações, bem como fazer registros de depoimentos pré e pós- congresso. Foi criada também uma fanpage no Facebook como meio de divulgação e visualização do congresso pelos alunos e demais interessados em participar das discussões colocadas pelo evento. A metodologia utilizada foi a de educação em rede, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa da FIOCRUZ "Tecnologias, Culturas e Práticas Interativas e Inovação em Saúde, tendo seu laboratório o Núcleo de Experimentação em Tecnologias Interativas (Next). Para trabalhar a educação em rede as ações devem se desenvolver em atividades organizadas e sistemáticas, que gerem processos de sincronização entre os participantes. A tentativa de centralização de atividades em rede se relaciona com o formato tradicional, no qual o mediador é o centro das atividades e só ele coordena e impulsiona as ações. Mas, o trabalho em rede é diferente: é voltado para ações distribuídas, organizadas a partir de um acordo pedagógico entre os participantes do processo educacional (professores, tutores, aprendizes, gestores, etc.), onde é definido um mínimo de regras e objetivos que pautam os participantes. A partir deste acordo as ações se desenvolvem de forma autônoma e se torna um processo de educação permanente, um espaço de troca de conhecimentos e um eterno aprendizado em rede e na rede. As formas de comunicação utilizadas para organização e planejamento das atividades também foram usadas, durante e depois do evento e serviram como experimentação de aprendizado em rede, de produção e colaboração para estruturar um evento científico. Percebemos a adesão às tecnologias pelos alunos e professores organizadores do evento, que se envolveram nas ações desenvolvidas no ambiente web, trazendo comentários e discussões para os grupos do Whatsapp. Quando novos recursos foram apresentados, como o hangout para transmissão on air do evento, todos se mostraram positivos e receptivos à novidade. Logo antes das palestras e durante elas, a organização da equipe era toda feita pelo Whatsapp. Tão logo uma palestra se iniciava a transmissão on air começava e cada grupo específico e geral recebia o post do Youtube e ia divulgando o evento em suas redes sociais. A mesa-redonda “Tecnologias em Saúde” foi a que obteve mais acesso de visualizações no youtube 111, o post da página do Facebook relativo a esta atividade teve um total de 1.558 curtidas e o canal do Youtube “I Consebe” alcançou 828 visualizações e 25 inscrições. Esta última está relacionada às pessoas que se inscrevem no canal e receberam as atualizações e novas postagens nos seus e-mails. Um fator limitante do processo de transmissão foi a pouca prática de alguns membros com o uso desta tecnologia e a instabilidade da internet, que tiveram como consequência a geração de múltiplos links para uma mesma atividade. Dificultando dimensionar seu alcance e o de lay entre o tempo de início das palestras e a postagem dos respectivos links na fanpage do evento no Facebook. Além da transmissão em tempo real, a grande inovação veio por conta da participação à distância na mesa-redonda de Tecnologias de um palestrante da ENSP/Fiocruz do Rio de Janeiro, que ocorreu via hangout transmitido em um telão. Isto permitiu alcançar aqueles que não puderam ir ao evento, ou algum participante que precisou ir embora antes, mas poderia aproveitar o tempo de espera no trânsito ou no aeroporto para continuar participando da atividade. Por fim, o armazenamento dos vídeos no Youtube permitiu criar uma memória da produção do conhecimento ali construído, o que pode ser utilizado como referência na área da saúde baseada em evidências. A organização de um evento na área da saúde por alunos, professores e profissionais de saúde de modo remoto é um desafio. Há necessidade de superar padrões antigos de centralização e controle e se adaptar a nova forma de lidar e usar as tecnologias interativas. Primeiramente vista apenas como ferramentas, às tecnologias da web tem um imenso potencial de conexão, divulgação, interatividade, representam um avanço para a área de educação, contribuindo com o fortalecimento entre pesquisa e os profissionais que atuam na ponta dos serviços de saúde. A utilização das tecnologias no congresso facilitou não só a dinâmica do trabalho em equipe e a comunicação entre os organizadores, pois é distribuída e não centralizada, mas também representou o alcance de um público bem maior do que aquele presente fisicamente.

Palavras-chave


educação em rede; tecnologias interativas;internet