Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
EFEITO DO TREINAMENTO AERÓBIO CONTÍNUO VERSUS ACUMULADO SOBRE O DESEMPENHO AERÓBIO, PRESSÃO ARTERIAL E PARÂMETROS CORPORAIS DE RATOS WISTAR: UM ESTUDO PILOTO
Lázaro Lopes Moreira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


A prática regular de exercícios físicos tem papel importante na prevenção e controle de diversas doenças crônicas e promove benefícios a saúde (MATSUDO, 2009). A recomendação mínima do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), para uma prática regular, é de 30 minutos diários, em única sessão ou mais, 5 vezes na semana, sendo que o exercício físico pode ser realizado de forma contínua ou acumulada. O treinamento contínuo é caracterizado por exercícios aeróbios, de longa duração, podendo ocorrer ou não variação de intensidade (MCARDLE, 2003). Já o acumulado, caracteriza-se pela realização de duas ou mais sessões de exercícios, de curta duração ao longo dia (ACSM, 2011).Ambas as formas de exercícios trazem benefícios à saúde, porém as adaptações do organismo ao treinamento podem ser distintas. O presente estudo objetivou comparar os efeitos de um treinamento físico aeróbio realizado de forma contínua versus acumulada sobre o desempenho aeróbio, pressão artéria (PA) e parâmetros corporais de ratos Wistar. Foram utilizados 18 ratos machos, distribuídos em três grupos experimentais: Grupo sedentário (GS); Treinado contínuo (GTC): os animais realizavam uma única sessão de treinamento e Treinado acumulado (GTA): os animais realizavam três sessões ao longo do dia, com intervalo de quatro horas, totalizando um mesmo volume de exercício. O protocolo de treinamento e o teste de capacidade aeróbia máxima foram realizados conforme o protocolo de treinamento em piscina (Almeida e cols., 2009). A PA foi mensurada por pletismografia de cauda ao longo do período experimental. Ao final do protocolo os animais foram ressubmetidos ao teste de capacidade aeróbia e posteriormente eutanasiados. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética no Uso de Animais/UFVJM – registro 014/11. Os dados foram apresentados como média ± o desvio padrão e, para comparação dos grupos, foi realizada uma análise de variância two-way seguida do teste de Tukey, com nível de significância estabelecido em *p< 0.05. Sobre a capacidade aeróbia e PA, observou-se que os animais treinados tiveram uma melhora no desempenho aeróbio e uma redução nos valores médios de pressão em relação aos animais do GS, porém apenas no GTC foram observadas diferenças estatísticas: Desempenho aeróbio pós-treinamento: GS (531,8 ± 81,13), GTC (751,2 ± 82,1), GTA (660 ± 118,1).Sobre o peso corporal e gordura visceral, os animais GTA apresentaram menores valores, respectivamente GS (74,80 ± 27,67), GTC (43,43 ± 34,48), GTA (18,64 ± 14,04) e GS (5,09 ± 1,29), GTC (4,21 ± 1,98), GTA (3,530 ± 0,89). As medidas de peso do coração, comprimento da tíbia, gordura visceral e hipertrofia cardíaca não apresentaram diferenças estatísticas. Concluindo, o treinamento contínuo foi mais eficiente na melhora do desempenho aeróbio e PA quando comparado ao treinamento acumulado.Recomenda-se novas investigações, com um maior número de animais, para comparação dos efeitos de ambos os treinamentos.    

Palavras-chave


exercício físico, saúde, métodos de treinamento,modelo animal.

Referências


ASIKAINEN TM, MIILUNPALO S, OJA P, ET AL. Walking trials in postmenopausal women: effect of one vs two daily bouts on aerobic fitness. Scand JMed Sci Sports 2002; 12 (2): 99-105.

ALMEIDA PW, GOMES-FILHO A, FERREIRA AJ, RODRIGUES CE, DIAS-PEIXOTO MF, RUSSO RC, TEIXEIRA MM, CASSALI GD, FERREIRA E, SANTOS IC, GARCIA AM, SILAMI-GARCIA E, WISLOFF U, PUSSIELDI GA. Swim training suppresses tumor growth in mice. J Appl Physiol., 2009, 107(1):261-5.

 

ANJOS, L. A. & MENDONÇA, C. P. (2006). Cenário da prática de atividades físicas e da epidemia de  excesso de peso no Brasil. Em L. Da Costa  (Org.), Atlas do esporte no Brasil: Atlas do  esporte, educação física e atividades físicas de saúde e lazer no Brasil (pp. 21.17-21.19). Rio de Janeiro: CONFEF

 

BLAIR, S.N.; CONNELLY, J.C. How much physical activity should we do? The case for moderate amounts of intensities of physical activity. Research Quarterly for Exercise and Sport, Washington, v.67, n.2, p.193-205, 1996.

 

BOMPA, T. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. 4ª Ed.  São Paulo: Editora Phorte, 2002.

 

DEBUSK RF, STENESTRAND U, SHEEHAN M, ET AL. Training effects of long versus short bouts of exercise in healthy subjects. Am J Cardiol 1990; 65: 1010-3.

 

EKBLOM B, HERMANSEN L. Cardiac output in athletes. J Appl Physiol 1968;25:619-25.

 

FERNANDES FILHO, José. A prática da avaliação física. Rio de Janeiro: Shape Editora.1999.

 

FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte.

  1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

 

FOX & FOSS. Bases Fisiologicas da Educação Física e dos Desportos – 4ª Ed. Rio de Janeiro – Ed. Guanabara Koogan – 1991

 

FOX EL, BARTELS RL, BILLINGS CE, O’BRIEN R, BASON R, MATHEWS DK. Frequency and duration of interval training programs and changes in aerobic power. J Appl Physiol 1975;38:481-4

 

GARBER C.E, BLISSMER B, DESCHENES M.R, FRANKLIN B.A, LAMONTE  M.J, LEE IM, NIEMAN D. C, SWAIN D.P; Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing exrcise 2011 ; American College of Sports Medicine. Med Sci Sports Exerc. 2011 Jul;43(7):1334-59.

GREEN HJ, SUTTON JR, COATES G, ALI M, JONES S. Response of red cell and plasma volume to prolonged training in humans.  J Appl Physiol. 1991 Apr;70(4):1810-5.

 

JAKICIC JM, WING RR, BUTLER BA, ET AL. Prescribing exercise in multiple short bouts versus one continuous bout: effects on adherence, cardiorespiratory fitness, and weight loss in overweight women. Int J Obesity 1995; 19: 893-901.

 

MATSUDO, SANDRA MARCELA MAHECHA. Envelhecimento, atividade física e saúde. BIS, Bol. Inst. Saúde (Impr.) 2009, n.47, pp. 76-79. ISSN 1518-1812.

 

MACHADO, A. F., Corrida Bases científicas do treinamento. São Paulo: ed Icone, 2011.

 

McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício energia, nutrição e desempenho. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

 

MORRIS JP, HEADY JA, RAFFLE PAB, ROBERTS CG, PARKS JW. Coronary heart-disease and physical activity of work. The Lancet 1953; 28: 1111-20.

 

MURPHY MH, STEVEN N. BLAIR  AND ELAINE M. MURTAGH. Accumulated versus Continuous Exercisefor Health Benefit. A Review of Empirical Studies. Sports Med 2009; 39 (1): 29-43.

 

MURPHY M, NEVILL A, NEVILLE C, ET AL. Accumulating brisk walking for fitness, cardiovascular risk, and psychological health. Med Sci Sports Exerc 2002; 34 (9):1468-74.

 

MURPHY MH, HARDMAN AE. Training effects of short and long bouts of brisk walking in sedentary women. Med Sci Sports Exerc 1998; 30 (1): 152-7

 

NUNES, J. E. D.; OLIVEIRA, J. C.; AZEVEDO, P. H. S. M. Effects of the interval training in sedentary, non-sedentary and athletes. Brazillian Journal of Biomotricity março 2007.

 

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS Benefits of physical        activity (2006). Disponível em: http://www.who.int/dietphysicalactivity/factsheet_benefits/en/index.html

 

PITANGA FJ.  Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev. Bras. Ciên. e   Mov. Brasília v.10 n. 3 p. 2002.

 

QUINN TJ, KLOOSTER JR, KENEFICK RW. Two short, daily activity bouts vs one long bout: are health and fitness improvements similar over twelve and twenty-four weeks. J Strength Cond Res 2006; 20 (1): 130-5.

 

ROGNMO O, HETLAND E, HELGERUD J, HOFF J, SLORDAHL SA. High intensity aerobic interval exercise is superior to moderate intensity exercise for increasing aerobic capacity in patients with coronary artery disease. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2004 Jun;11(3):216-22.

 

THOMAS D.Q, LEWIS H.L., MCCAW S.T., ADAMS M. J. The effects of continuous and discontinuous Walking on Physiologic Response in College-age subjects. Journal of Strength and Conditioning Research, 2001, 15(2), 264–265

 

WENGER HA, MCNAB RBI. Endurance training: The effects of intensity, total work, duration and initial fitness. J Sports Med. 1975; 15: 199-203.

 

WILMORE, J. H. and COSTILL, D. L. Training for Sporting and Activity, Dubuque, IA: WM. C. Brown publishers.1988.

 

WISLOFF U, STOYLEN A, LOENNECHEN JP, BRUVOLD M, ROGNMO O, HARAM PM, TJONNA AE, HELGERUD J, SLORDAHL SA, LEE SJ, VIDEM V, BYE A, SMITH GL, NAJJAR SM,ELLINGSEN O AND SKJAERPE T. Superior cardiovascular effect of aerobic interval training versus moderate continuous training in heart failure patients: a randomized study.Circulation 115: 3086-3094, 2007.