Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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VISITA DOMICILIAR: PLANEJAR PRIORIZANDO AS NECESSIDADES DA FAMÍLIA
Nadja Carvalho Moreira de Oliveira, Giovane Oliveira Vieira

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


INTRODUÇÃO: Este trabalho emergiu da experiência como docente, supervisionando estágio do curso de enfermagem em unidade de saúde da família contemplada pelo PRO SAUDE. Durante o período de estadia na unidade foi observado que não havia critérios estabelecidos para realizar as visitas domiciliares, mesmo em se tratando de um território em evidente vulnerabilidade onde os determinantes e condicionantes sociais de saúde estão afetados. A população local reside em barracos de madeira ou material reciclado, as atividades laborais de subsistência são provenientes do aterro sanitário, as enchentes são frequentes nas épocas de chuva e na seca as casas são invadidas pela poeira, a violência intra e extradomiciliar também é frequente já que parte da população não tem trabalho regular e o uso e abuso de álcool e outras drogas compõe o cenário das iniquidades sociais e de saúde. Neste contexto, a presença da equipe de saúde nos domicílios utilizando a visita domiciliar (VD) como tecnologia de interação do cuidado a torna-se imprescindível para garantia da integralidade e da humanização em saúde.  Segundo o Manual de Enfermagem do Ministério da Saúde (2001) a visita domiciliar é um instrumento que deve ser utilizado de maneira sistemática e operacional para se obter bons resultados e mais,  deve ser  um instrumento eficiente na operacionalização na lógica da determinação social do processo saúde doença. Considerando todos os fatores envolvidos na comunidade relatada, propôs-se a realização da visita domiciliar utilizando também a Escala de Coelho, que é uma escala que mede o risco familiar a partir das informações da Ficha A do SIAB que tornam-se sentinelas de avaliação de risco dos quais as famílias estão expostas no cotidiano. Seguindo a Escala de Coelho a classificação das famílias segue do R1 – risco mínimo ao R3 – risco máximo. Desta maneira, a equipe da estratégia saúde da família e em especial o enfermeiro, se aproxima das necessidades relatadas pela família, favorecendo o empoderamento, resolutividade e influenciando de forma positiva na qualidade de vida. OBJETIVOS: Avaliar se utilização da escala de Coelho para classificação de risco familiar foi resolutiva para estabelecer a VD na lógica da ESF; Relatar o processo de produção de aprendizagem colaborativo entre discentes e equipe da ESF. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Tratou-se de um estudo descritivo, retrospectivo, constituído por amostras de Fichas A das famílias cadastradas em uma unidade de saúde da família na Baixada Fluminense RJ. Resultados: Foram avaliadas 166 Fichas A do SIAB com a aplicação da Escala de Coelho. Identificou-se que 13 famílias apresentaram Risco 3; 38 Risco 2; 20 Risco 1 e somente 27 famílias não apresentam escore de risco. CONCLUSÃO: A Escala de Coelho é de fácil aplicação, porém seu escore é pautado na doença que diverge da ESF que visa à necessidade de saúde. Percebeu-se que a participação dos discentes na rotina da unidade foi um elemento facilitador para compreensão quanto à importância da sistematização das VDs  enquanto instrumento de cuidado e promoção da saúde.

Palavras-chave


visita domiciliar; saúde da família; educação

Referências


Coelho FLG, Savassi LCM. Aplicação da escala de risco familiar como instrumento de priorização de visitas domiciliares. Rev Bras Med Família Comun. 2004; (2): 19-26;VASCONCELOS, Mara:GRILLO, Maria José Cabral; SOARES, Sônia Maria.  Série. Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.Mód. 4. Práticas pedagógicas em saúde e tecnologias para abordagem do indivíduo, da família e da comunidade. Belo Horizonte : Editora UFMG; NESCON/UFMG, 2009.BRASIL. M.S. Instituto para o desenvolvimento da saúde.Universidade de São Paulo. Manual de enfermagem .Mistério da Saúde – Brasilia: Ministerio da saude,2001.