Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DISCUTINDO O INTERNATO NA ATENÇÃO BÁSICA PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO
Vanessa Silva Farias, Heluana Cavalcante Rodrigues, Clarissa Maria Tomas Farias, Aristotenis Silva Farias

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Esse é um estudo do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, realizado em duas escolas de enfermagem no município de Sobral-CE. Teve por objetivo identificar as fragilidades do internato da Atenção Básica - AB na formação do profissional enfermeiro, a partir do levantamento das dificuldades apontadas pelos autores envolvidos nesse processo: enfermeiros atuantes na AB, docentes, preceptores e alunos. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de uma entrevista semi-estruturada. Diante da análise dos dados, observamos que os sujeitos da pesquisa compreendem a importância dos preceptores da Instituição de Ensino Superior - IES na articulação entre a teoria e prática, ensino e serviço, direcionando o aluno para o desenvolvimento das competências de enfermagem, assim como também, enfatizam a importância dos mesmos durante o internato, colaborando na inserção dos alunos com a equipe da Estratégia de Saúde da Família - ESF e no apoio pedagógico para acompanhar o desenvolvimento do interno. Os internos demonstram insegurança quanto ao acompanhamento farmacológico dos tratamentos, requerendo maior aprofundamento teórico do tema na formação acadêmica. Os enfermeiros compreendem seu papel e potencial na formação dos alunos, no entanto se sentem desmotivados nesse processo, ressaltam a falta de capacitações e certificados de acompanhamento dos internos. A necessidade de encontros sistemáticos foi sugerida, para a promoção da comunicação mais efetiva entre todos que fazem o internato, ressaltam-se que estes encontros são vetores necessários para repensar o processo e discutir as necessidades de ensino-aprendizagem, considerando as potencialidades e fragilidades que impactam na formação do aluno. O conjunto de dificuldades sugere que a prática pedagógica, nos serviços do SUS, pressupõe o encontro de diferentes atores (gestores, profissionais, população, docentes, discentes) para que a proposta seja construída coletivamente, a fim de atender diferentes necessidades e demandas da academia e serviço. Quando a interação entre os envolvidos acontece, ela é positiva para o aprimoramento do processo do internato de enfermagem, constituindo-se com relações dialógicas, enriquecidas pelas experiências e opiniões dos internos, docentes, preceptores do serviço e das IES. O planejamento e avaliação do internato de enfermagem na AB são momentos potenciais para a concretização dessa interação. Os encontros de planejamento e avaliação entre as IES e a Secretaria Municipal de Saúde - SMS têm como objetivo contribuir para o fortalecimento da Integração Ensino-Serviço. Com o envolvimento de representantes das IES, da SMS e da comunidade os debates fornecem subsídios para operacionalização das mudanças necessárias, contribuindo para transformar a organização dos serviços e os processos formativos. Nesse contexto, entendemos que a dedicação do enfermeiro para o resultado da formação em serviço é importante, pois o desenvolvimento do internato de enfermagem na AB pode interferir positivamente ou negativamente a depender de como ele ocorreu, o que implicará na escolha da área a qual o aluno decidirá exercer a sua profissão, dessa forma investir na formação dos docentes e preceptores para a sua preparação e emancipação profissional o tornará mais crítico e reflexivo, contemplando um estilo de ensino pautado na aprendizagem significativa.

Palavras-chave


Formação do Enfermeiro; Internato; Atenção Básica

Referências


CAVALHEIRO, Maria Teresa Pereira; GUIMARÃES, Alóide Ladeia. Formação para o SUS e os desafios da integração ensino serviço. Caderno FNEPAS. Vol. 1. dez. 2011 Disponível em: http://fnepas.org.br/artigos_caderno/v11/artigo2_formacao_para_sus.pdf. Acesso em: 11 de maio de 2015.

GARCIA, Simone Domingues; VANNUCHI, Marli Terezinha Oliveira. A trajetória do internato de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina: análise documental. Rev. Enferm UFPE on line. Recife, jan., 2013. Disponível em: <http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viewFile/3680/pdf_1942>. Acesso em: 03 mar. 2014.