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APRESENTAÇÃO: O projeto VER-SUS (Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde) é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, com a Rede Governo Colaborativo em Saúde/UFRGS, com a União Nacional dos Estudantes (UNE), com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Seu intuito é garantir aos estudantes de graduação, residentes, estudantes de ensino técnico e integrantes de movimentos sociais a possibilidade de adentrar nos espaços administrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a partir disto construírem um emaranhado de conhecimentos acerca da realidade que permeia nosso sistema. Sendo esta construção de caráter crítico, dinâmico e dialógico, que permite a permutação e o compartilhamento de saberes entre os viventes, facilitadores, comissão organizadora, unidades de saúde- de nível primário, secundário ou terciário-, gestores e comunidade. OBJETIVO: Este trabalho objetiva apresentar as atividades desenvolvidas nos estágios e vivências da segunda edição e de inverno do projeto Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) em Tocantins na cidade de Palmas. DESENVOLVIMENTO: As atividades aconteceram entre os dias 03/08/2015 ao dia 09/08/2015 contando com a participação de três categorias: viventes, facilitadores e comissão organizadora. Destes participantes, 25 eram viventes e 5 facilitadores, resultando em 30 participantes integrais às atividades durante a semana de vivência. Dos participantes, contamos com a representação de 8 federações do país: Tocantins, Goiás, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Maranhão e Minas Gerais e, ainda, da cidade de Brasília. As instituições de origem dos mesmos eram privadas, federais e estaduais. Alunos de graduação dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Gestão em Saúde Coletiva, Psicologia e Serviço Social. Os estágios e vivências concentraram-se na cidade de Palmas com eventuais visitas nos municípios de Tocantínia e Santa Tereza do Tocantins. As atividades foram realizadas por turnos, sendo as visitas ocorridas nos períodos matutinos e vespertinos dos correntes dias, enquanto os turnos noturnos eram reservados para avaliações dos dias de vivência e discussões acerca da atual conjuntura do Sistema Único de Saúde. Os locais dos estágios e vivências foram o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), Hemocentro Coordenador de Palmas (HEMOTO), Policlínica da Região Norte, Estratégia Saúde da Família (ESF) Loiane Moreno Vieira, Núcleo de Apoio a Saúde da Família- SUL (NASF-SUL), Capadócia (Comunidade Coqueirinho), Secretaria Estadual de Saúde, Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Aldeia indígena Salto em Tocantínia, Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II), Centro de Referência em Fisioterapia da Região Sul (CREFI-SUL), Hospital e Maternidade Pública Dona Regina, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Unidade de Pronto Atendimento Norte (UPA- Norte), Comunidade Quilombola de Barra do Aroeira e Assentamentos de São João e Mariano. Para otimizar as vivências, as facilitadoras, junto da comissão organizadora, dividiram os viventes e facilitadores em três grupos e cinco subgrupos. Sendo os três grupos Ipê Rosa, Ipê Amarelo e Ipê Roxo e os subgrupos Cagaita, Buriti, Murici, Mangaba e Jenipapo. Fui escalado ao grupo Ipê Rosa e ao subgrupo Cagaita. RESULTADOS: O Projeto VER-SUS-TO permite aos participantes, sejam eles graduandos, técnicos ou residentes uma oportunidade ímpar de adentrar no Sistema Único de Saúde e o encarar nas diferentes esferas, como usuário dos serviços de saúde, como coadjuvantes nas práticas de saúde, como profissionais e futuros profissionais da área e como gerentes e gestores, ou seja, na construção e efetivação do sistema, na participação como prestador de serviço e na utilização enquanto usuário. O projeto permite a saída do mundo das conceituações pré-fixadas para o mundo da realidade, desta forma, garante aos participantes possibilidade de criação de suas próprias conclusões acerca da atual conjuntura do Sistema Único de Saúde, com isso, possibilita o exercício de aguçar o senso crítico dos participantes, tornando-se um agente potencializador de transformações equitativas às reais demandas sociopolíticas do país que envolvem a saúde e a educação. O VER-SUS-TO possibilita também o fortalecimento da atenção integral à saúde quando aproxima as profissões da saúde de forma a garantir o exercício e a consciência da importância da equipe multiprofissional nos setores da saúde, seja primário, secundário ou terciário, pois, os participantes, dentro de suas especificidades curriculares, contribuem para alguns objetivos comuns: conhecer, viver e efetivar o Sistema Único de Saúde, através de elucidações da atual realidade do SUS com olhares díspares de acadêmicos de diversos cursos da área da saúde e regiões do país. O projeto permite ainda, entender a potência que há na municipalização e como são fundamentais os princípios doutrinários do sistema como o princípio da equidade, universalidade, integralidade, regionalização e hierarquização na construção de um sistema único e específico a cada situação. No VER-SUS-TO, estes princípios tornam-se reais aos olhos dos participantes em algumas ocasiões e irreais em outras. Contudo, observa-se enorme necessidade de fiscalização, apesar de tornarem-se reais, não significa efetividade, devido a sua irrealidade dentro de situações específicas como o acesso aos serviços de saúde que ainda não chega a cada micro área do país. Há comunidades extremamente negligencias quando se trata do acesso aos serviços de saúde e dos determinantes básicos para obter o atual conceito fixado de saúde. Há necessidade de atentar os olhares às comunidades quilombolas, ribeirinhas, populações de bairros de ocupação e populações de assentamentos e ainda, quanto ao descaso com a saúde indígena. A expansão dos serviços de saúde deve acompanhar cada expansão socioespacial, sociocultural e política. Outra contribuição do VER-SUS- TO é garantir a manutenção dos arcabouços teóricos dos participantes através das discussões diárias ao final de cada expediente de estágio e vivência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência de ver, sentir, respirar e tocar o Sistema Único de Saúde por uma semana, com certeza, é uma das melhores formas de conhecer como deve ser e como não deve ser o funcionamento do SUS. O VER-SUS-TO transmitiu situações e experiências que mostraram realmente o que é a realidade, garantiu a saída do participante de sua vida para entender que existem vários outros tipos de realidades, não só a que este estava acostumado a vivenciar, o que de fato contribuiu para  a formação enquanto futuro profissional da saúde, para seu crescimento pessoal como pessoa e ser humano, e como cidadão, o incitando a ser um profissional cidadão que entenda as necessidades e demandas de sua realidade e consiga agir conforme for necessário.  

ver-SUS;SAÚDE; EDUCAÇÃO