Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR EM CENTRO CIRÚRGICO E CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO NA FORMAÇÃO ACADÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANA CAROLINE LIMA VASCONCELOS, Maria Margarette Oliveira Andrade, Jéssica Freire Rangel, Petra Kelly Rabelo de Sousa

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Centro Cirúrgico visa atender a resolução de intercorrências cirúrgicas, por meio da ação de uma equipe integrada. Considerando-se o elevado número de procedimentos realizados e a complexidade da unidade, o papel do enfermeiro exige, além do conhecimento científico, responsabilidade, habilidade técnica e estabilidade emocional. Organizar o processo de cuidar, coordenar e controlar o trabalho da equipe de enfermagem e as atividades que a unidade mantém com outras seções do hospital e garantir uma assistência completa ao paciente são finalidades do trabalho do enfermeiro em Centro Cirúrgico. A presença desse profissional se torna indispensável em praticamente todas as situações, desde a parte burocrática de organização do setor até a funcionalidade e esclarecimentos e orientações gerais tanto para o paciente quanto para os acompanhantes. Já a Central de Material e Esterilização (CME) é uma unidade de apoio técnico dentro do estabelecimento de saúde destinado a receber material considerado sujo e contaminado, sendo sua função descontaminá-los, prepará-los e esterilizá-los e armazenar esses artigos para futura distribuição, controlando assim, a infecção hospitalar (IH). Nesse sentido, as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro da CME estão incluídas no cuidado de enfermagem e de saúde e pode ser considerado cuidado indireto, observado na organização do ambiente de saúde e na garantia da qualidade e segurança aos procedimentos de intervenção, por meio do processamento adequado dos materiais. A função do enfermeiro tem início na fase de planejamento da unidade, cabendo-lhe a escolha adequada tanto de recursos materiais quanto humanos, bem como a seleção e o treinamento de pessoas levando-se em conta o perfil do setor, além de ser o responsável por atividades de coordenação, orientação e supervisão de todas as etapas do reprocessamento dos produtos e estabelecimento de interfaces com as unidades consumidoras. Diante disso, é essencial a inserção de estudantes de enfermagem nessas unidades, a fim de que conheçam e vivenciem a prática assistencial e administrativa da especialidade, o que pode contribuir para uma formação mais completa e qualificada. Assim, este trabalho objetivou relatar as experiências vivenciadas no Centro Cirúrgico e na Central de Material e Esterilização pelas acadêmicas de Enfermagem do 5º semestre da Universidade Estadual do Ceará, durante a disciplina de Enfermagem em Perioperatório e CME.  DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência vivenciada durante o estágio curricular da disciplina de Enfermagem em Perioperatório e CME, no Centro cirúrgico e na Central de Material e Esterilização de um Hospital terciário de Fortaleza, que teve como supervisoras as docentes da disciplina, no período de 28 a 04 de agosto do ano de 2015. Durante o estágio tivemos a oportunidade de observar a rotina das unidades nos primeiros dias e, posteriormente, fomos direcionadas para as diferentes funções das unidades, nas quais pudemos realizar os trabalhos junto aos profissionais. Foi uma imersão de um turno em cada função, que nos proporcionou o desenvolvimento de habilidades e competências durante a execução das tarefas, além de nos incentivar a colocar em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. RESULTADOS E IMPACTOS: A CME do hospital em questão é referência no Estado por possuir tecnologias modernas que realizam a esterilização de materiais por diversos métodos, como o método à vapor e o à baixa temperatura. Esta referida unidade recebeu em 2010 a certificação de padrão ouro na esterilização, pela excelência das etapas do processo. Esta, concedida pela 3M do Brasil, baseia-se nos padrões internacionais e tem o objetivo de reconhecer e disseminar as melhores práticas em monitoramento de esterilização. Tivemos a oportunidade de acompanhar todas as etapas do processo e participar diretamente em algumas delas, tais como a produção de embalagens e pacotes de diversos materiais, inclusive a montagem de bandejas cirúrgicas, de acordo com o tipo de cirurgia. Isto nos instigou a colocar em prática o conhecimento prévio, proporcionado pelas aulas teóricas, e nos fez perceber a grande responsabilidade e o grau de comprometimento dos profissionais com a instituição de saúde e com o cliente. Vimos que a enfermeira do setor, por ser a maior responsável, era também muito atarefada e, por muitas vezes, presenciamos a rotina intensa dessa profissional. O setor é bem dinâmico e precisa de uma grande mão de obra, pois envolve desde a recepção do material contaminado até a distribuição para todas as unidades do hospital, dentre estas, principalmente o CC, que é a maior unidade consumidora.  Esta unidade é destinada à realização do procedimento cirúrgico e deve estar sempre provida de materiais e equipamentos em perfeitas condições de uso, a fim de atender a qualquer situação de emergência. No CC o cliente é admitido e previamente preparado para o ato cirúrgico, sendo acompanhado em todas as etapas deste procedimento e também na recuperação pós-anestésica. A cirurgia altera a homeostase do organismo, o equilíbrio hidroeletrolítico, os sinais vitais e a temperatura do corpo. Por isso, independentemente do tempo cirúrgico, o risco de complicações pós-operatórias está presente em toda intervenção. Tivemos a oportunidade de acompanhar algumas cirurgias de grande porte, a saber: hepatectomia radical e retirada de aneurisma e acompanhamos o trabalho dos enfermeiros responsáveis no acompanhamento da cirurgia e na preparação das salas cirúrgicas e pelo setor como um todo. Essas vivências foram importantes, pois nos aproximaram das funções exercidas pelo enfermeiro em Perioperatório e CME; desse modo, nosso embasamento teórico foi ratificado com as experiências do estágio. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estágio representou uma grande oportunidade de conhecermos a atuação do enfermeiro em Perioperatório e também contribuiu para a solidificação do conhecimento adquirido em sala de aula, sendo indispensável à existência deste na grade curricular e na lapidação da formação acadêmica. Percebemos a grande importância do enfermeiro em todas as etapas do processo e também a grande responsabilidade para que não houvesse nenhuma falha no processo. Concluímos que a enfermagem é essencial no período Perioperatório, desde a supervisão na Central de Material e Esterilização, cujos materiais influenciam totalmente no sucesso do ato cirúrgico e na recuperação do paciente, às intervenções no pré, trans e pós-operatório, sendo sua atuação indispensável para a promoção de cirurgias seguras e, consequentemente, de segurança e qualidade da assistência prestada aos pacientes e seus acompanhantes, promovendo conforto, segurança e redução da ansiedade.

Palavras-chave


Enfermagem; Centro de Material Esterilizado; Centro Cirúrgico