Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A AUTONOMIA DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM EM ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Adriana Remião Luzardo, Ana Cláudia Banazeski, Rafaela Bedin, Vanessa Gasparin, Tiago Labres

Última alteração: 2015-11-12

Resumo


Trata-se de um Relato de Experiência sobre a autonomia do acadêmico de enfermagem no âmbito da disciplina Estágio Curricular Supervisionado (ECS), do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A vivência ocorreu no contexto de um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS), no oeste catarinense, de março a outubro de 2015. Na práxis preconizada pelo curso de enfermagem, o ESC tem se pautado por diretrizes de ensino-aprendizado potencializadoras da autonomia do acadêmico, intensificando esse processo nos últimos 2 semestres da graduação, momento de aproximação do formando com o mercado de trabalho. Na relação do ECS com o ambiente de prática, utilizou-se do Planejamento Estratégico (PE) como estratégia de efetivação de um Projeto de Intervenções a serem realizadas, por meio de metas e objetivos pactuados no serviço e que estivessem inseridos e em conformidade com as necessidades locais e epidemiológicas da área abrangência da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Na aproximação com a equipe da ESF e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), buscou-se a inserção e integração das intervenções dos acadêmicos às atividades cotidianas. Contudo, no decorrer do processo de integração do ensino-serviço pelo protagonismo do acadêmico de enfermagem, sentiu-se a necessidade intensificar a aceitação dos graduandos pelos profissionais do serviço. Para tanto, foi necessário inserir de forma mais contundente as tecnologias de conhecimento oferecidas pelo formando, utilizando a criatividade para dar visibilidade e valorizar as competências e habilidades já adquiridas pelo aluno, sem perder de vista a continuidade de aprendizado do mesmo. Apesar da resistência de alguns profissionais em aceitar a autonomia do acadêmico no serviço, tal reação não foi demonstrada nas relações de cuidado com os usuários, percebendo-se a aceitação das ações em saúde conduzidas pelos graduandos. Diante disso, acredita-se que a autonomia do graduando em uma prática integrada e qualificada na APS lhe traz condições de atuar profissionalmente de acordo com as habilidades e competências profissionais preconizadas. Entende-se também que a absorção de novos membros a uma equipe de trabalho demanda dedicação, paciência e aceitação. Assim, faz se relevante que as Instituições de Ensino Superior (IES) fortaleçam as parcerias interinstitucionais com serviços de saúde de forma a celebrarem convênios que contemplem maior participação de funcionários, potencializando o encontro do acadêmico com o serviço para uma prática de saúde qualificada e segura. Esse processo vivencial foi altamente enriquecedor, pois oportunizou ao graduando exercer maior maturidade para a tomada de decisões, como um futuro enfermeiro crítico-reflexivo e ético em suas ações. Ao final, as atividades propostas para o ECS em questão foram concluídas com êxito, sendo avaliadas quanti-qualitativamente pelos atores envolvidos, na forma de relatório, lançando proposições para o avanço das relações de intersubjetividade mais respeitosas em ensino-serviço.

Palavras-chave


Autonomia. Estágio Curricular de Enfermagem. Conflito.

Referências


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