Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Os Sentidos de Velhice e do Envelhecimento no Contemporâneo: ações educativas em saúde desenvolvidas por alunos de medicina da UFF
Elizabeth Falcão Clarkson

Última alteração: 2015-11-12

Resumo


A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer, dizia Arnaldo Antunes, na música Envelhecer, e fala de uma realidade cada vez mais comum, no mundo e no Brasil, sobre a chegada da velhice. Mais atual impossível. Hoje 10,8% da população geral no Brasil são de idosos, segundo o IBGE estimando que em 2060 seja de 26,7%. A preocupação com o envelhecimento da população é evidente e devem ser criadas iniciativas visando melhor qualidade de vida para as pessoas que já chegaram à terceira idade. É necessário integrar os idosos em atividades de lazer, saúde e educação, além de socializá-los dando a eles mais cidadania e facilidade do acesso aos serviços de saúde pelos municípios, modificando o panorama das cidades, num paradoxo, pois os idosos de hoje estão saindo mais de casa e se movimentando mais, frequentando academias de ginástica em praça pública, impondo uma preocupação outra para o jovem de hoje, a consciência de que eles serão os velhos de amanhã. É preciso desde já criar a cidade saudável na máxima de ser aquela preparada para seus velhos.  Para transformar a realidade é preciso conhecê-la e este relato fala sobre a experiência na preceptoria da disciplina de Trabalho de Campo Supervisionado da faculdade de medicina da UFF sobre Saúde, Cultura e Envelhecimento. Tem como objetivos interligar teórica e prática na reflexão sobre as dimensões do processo saúde-doença e a sua relação com a prática médica; perceber a saúde como um direito e conhecer o papel das organizações sociais e seus movimentos para a garantia dos direitos dos idosos. Diferentes cenários mostram a realidade do idoso em seu território existencial dos diferentes modos de gerir a vida, de amar, de se vestir, de se comportar, etc. Nos encontros os percebemos, na medida em que nos percebemos nas relações. Os cenários (passeios públicos, praças, instituições públicas de promoção da saúde como os Centros de Convivência de Idosos; as Universidades Abertas da Terceira Idade) onde idosos independentes, idosos dependentes parciais e os dependentes totais estavam presentes. Com os idosos mais ativos e independentes tivemos oportunidade de participar da aula de ginástica para idosos no projeto Prev-Quedas da Faculdade de Educação Física da UFF, da oficina de psicomotricidade, corpo e cinema na UnATI/UERJ e da oficina de memória no Centro de Convivência de Idosos Helena Tibau. Já em Instituições de longa Permanência de Idosos, os velhos mais dependentes requeriam maiores cuidados pelas equipes multiprofissionais.  Um estudo mais profundo foi feito nas leituras de textos, resenhas e relatórios das experiências vividas, escritos pelos alunos sobre os campos e discutidos em sala de aula. A partir da pesquisa de campo, baseados no que apreenderam da realidade, os alunos puderam planejar e executar ações educativas em saúde para os idosos ativos que envolveu criatividade e o resgate da memória afetiva, através da música, da dança, de jogos interativos para a memória, como o “jogo da mímica”, dramatizações e projeções de cenas de filmes do cinema antigo.  

Palavras-chave


Velhice;Envelhecimento;Educação em Saúde

Referências


Minayo, MCS Antropologia, Saúde e Envelhecimento/ Organizado por Maria Cecília de Souza Minayo e Carlos E.A.Coimbra Jr Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002

Minayo, MCS Pesquisa Social: teoria, método e criatividade/ Suely Ferreira Deslandes, Otávio Cruz Neto, Romeu Gomes; Maria Cecília de Souza Minayo (org). Petrópolis, RJ: Vozes, 1994

Alves Jr ED A pastoral do envelhecimento ativo/ Edmundo de Drummond Alves Jr. Rio de Janeiro: Apicuri, 2011